quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sarney divide responsabilidade sobre crise e acusa colegas de editarem atos secretos

No discurso de mais de meia hora realizado nesta quarta-feira no plenário do Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), adotou a estratégia de dividir responsabilidades com os demais parlamentares sobre as denúncias a que responde no Conselho de Ética da instituição. Além de se declarar inocentes das acusações, Sarney disse que muitas práticas adotadas por ele ao longo de seus mandatos na Casa foram seguidas por outros senadores. Munido de slides reproduzidos em um telão, Sarney apresentou uma tabela com nomes de ex-presidentes do Senado que também seriam responsáveis por atos secretos editados na Casa. Sarney mostrou que, em seus dois mandatos, foi responsável pela não-publicação de 88 atos secretos e 33 boletins administrativos pelo Senado entre os anos de 1995 e 2009, enquanto o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) editou 260 atos secretos e 129 boletins no período em que esteve na presidência. O líder do PMDB aparece como recordista de atos não-publicados no Senado, seguido pelo ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB-RN), responsável por 207 atos secretos e 106 boletins não publicados. O presidente do Senado também insinuou, no discurso, que vários senadores aceitaram pedidos de ex-diretores da Casa para a contratação de parentes na instituição. Sarney mencionou os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que teriam contratado respectivamente um filho de João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, e a ex-nora do ex-diretor. "Eu tenho aqui as relações feitas pelos senadores que pediram a nomeação dos filhos do senhor Zoghbi. E colocaram como se fosse eu", afirmou Sarney.

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