domingo, 2 de agosto de 2009

Receita Videversus – Aprenda a fazer a Bolo Chocolatria com a chef de cuisine Simone Nejar


Meu nome é Simone. Eu sou uma chocólatra não-anônima. Admito que preciso do chocolate para manter meu equilíbrio emocional. Admito que peço ajuda aos outros viciados, vendo qual deles vai me fornecer uma barrinha quando eu não a trago comigo. Não tenho nenhuma perspectiva de cura deste vício que me acompanha há mais de três décadas. Das coisas que eu não posso mudar, este vício é uma delas, e eu peço serenidade a Deus para quando me faltar o chocolate no lanche da tarde, porque, aí sim, vou enlouquecer de vez! Chegamos ao mês de agosto, conhecido como o mês do chocolate. Estamos todos liberados para consumir sem moderação esta delícia. O chocolate foi o primeiro sabor americano que conquistou a Europa, onde foi civilizado, digamos assim, e devolvido sob a forma de presentes e ovos de Páscoa. O chocolate sempre gozou de um caráter sagrado entre as tribos indígenas do México, onde foi descoberto pelos espanhóis comandados por Hernán Cortés (1485 – 1547). Os espanhóis destruíram os templos e ídolos dos povos nativos, mas acabaram escravizados justamente pelo deus chocolate. Quente ou fria, a bebida tornou-se o fortificante ideal para os povos europeus, e logo o mel da receita original foi substituído pelo açúcar. Em menos de cem anos, toda a Europa rendera-se à bebida do Novo Mundo. Diferentes receitas surgiram e o chocolate logo passou a fazer parte do cotidiano de todas as famílias. Junto com as receitas, chegaram as apontadas virtudes do alimento: Giacomo Casanova e o Marquês de Sade não o dispensavam por nada. Na Itália, a velha receita espanhola é abandonada e uma nova fórmula, com ingredientes mais delicados, é criada com a adição de baunilha, jasmim ou canela. Coube à Revolução Industrial alterar o mapa europeu do chocolate, permitindo o consumo em massa. O século XX promoveu o reencontro do chocolate com o seu berço americano. Hoje, os Estados Unidos lideram o consumo. No Brasil, cada brasileiro consome, em média, dois quilos de chocolate por ano, contra os onze quilos do alemão, bem menos que os consumidos pela Simone, a viciada do início do texto de hoje. Pelo menos, ninguém passa por ela sem receber um sorriso. Então, sorria e prepare o bolo favorito da chef chocólatra: vamos precisar de meio tablete de manteiga sem sal, uma colherinha de essência de baunilha, meia xícara de cacau em pó, duas xícaras de açúcar, três ovos, uma xícara de leite, duas xícaras de farinha e uma colher de sopa de fermento para bolo. Preaquecemos o forno. Misturamos num refratário a xícara de leite, a manteiga e o cacau. Levamos ao microondas por um minuto ou um pouco mais, mexendo de vez em quando, para que a manteiga derreta e se agregue ao cacau e ao leite. Deixamos esfriar. Batemos os ovos com o açúcar e a baunilha, juntamos a mistura morna de cacau, continuamos batendo, juntamos a farinha e o fermento. Levamos ao forno médio por meia hora em assadeira untada. Se desejar, faça uma cobertura no microondas misturando duas colheres de sopa de manteiga, duas colheres de sopa de cacau em pó, quatro colheres de sopa de leite e duas colheres de sopa de açúcar. Vire sobre o bolo quente e decore como preferir. E aproveite o mês de agosto!

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