sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lula não quer mais saber de Mercadante e tem até um substituto para ele


Ao ser informado nesta quinta-feira de que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) havia anunciado, pelo Twitter, a decisão de renunciar à liderança do PT no Senado, o presidente Lula orientou sua equipe a não fazer apelos pela permanência do inefável senador petista na função. Lula já tem até um substituto para o cargo: o senador João Pedro (PT-AM) Lula disse que não telefonaria para Mercadante nem pediria "pelo amor de Deus" para que ele fique no posto, pois o senador, em novas crises políticas, voltaria a desobedecer determinações do governo.

Mercadante, que havia marcado para as 15 horas desta quinta um discurso em que anunciaria saída do cargo de líder, adiou o pronunciamento para depois de uma conversa com o presidente Lula. O senador disse ter sido avisado pelo ministro de Relações Institucionais, José Múcio, que o presidente queria conversar pessoalmente com ele antes do discurso. Auxiliares de Lula negam que ele tenha pedido a algum interlocutor para convencer Mercadante a adiar a renúncia. E mais, até o final da tarde desta quinta-feira, Lula não deu retorno a telefonema feito pela manhã pelo inefável Aloizio Mercadante, aquele que dizia ser doutor sem nunca ter sido. Um auxiliar de Lula observou que, ao deixar a liderança da bancada do PT, Mercadante perderá boa parte de seu espaço na mídia. E isso é muito providencial para os planos de Lula. Ele não quer ver Mercadante concorrendo ao Senado no próximo ano pelo PT de São Paulo. Isso foi confirmado pelo petista paulistano Jilmar Tatto, o qual deixou muito claro que o PT de São Paulo pode negar a legenda para que ele busque uma reeleição ao Senado Federal. Já o senador petista João Pedro está louquinho para assumir o cargo, porque ele apareceria bastante e assim ganharia cacife para se tornar candidato a vice-governado do Amazonas na chapa do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. As divergências entre Lula e Mercadante são antigas. O problema se acentuou há dois meses com o início da crise envolvendo Sarney. Sempre que é chamado ao gabinete de Lula, o senador petista argumenta que há muita pressão de eleitores, simpatizantes e militantes para que não ceda ao jogo para manter Sarney no cargo. A amigos petistas, Mercadante reclama que são milhares de mensagens pelo twitter com críticas ao apoio a Sarney. Já Lula deixa claro que não é possível se aliar ao DEM para derrubar um aliado fiel. Também não é possível, na avaliação do presidente, ficar bem com a opinião pública e esquecer a responsabilidade de dar sustentabilidade ao governo. "Não tem almoço grátis", diz um assessor do presidente. Lula e seus auxiliares mantêm o discurso de que a crise no Senado não é por questões éticas, mas políticas. Mercadante é mais um aloprado que se vai pela linha de fundo, ou como diria o Capitão Coutinho, vai em busca do "ponto futuro".

Nenhum comentário: