quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Justiça condena a 31 anos de prisão milicianos que torturaram jornalistas

A Justiça condenou nesta quarta-feira a 31 anos de prisão o ex-policial civil Odinei Fernandes da Silva e Davi Liberato de Araújo pelos crimes de tortura, quadrilha armada e roubo. Os réus foram denunciados por torturar e roubar, no dia 14 de maio do ano passado, uma equipe de reportagem do jornal O Dia, do Rio de Janeiro, que apurava o envolvimento de policiais com uma milícia da comunidade do Batan, na zona oeste do Rio de Janeiro. O juiz condenou os acusados a três vezes a pena de seis anos pelo crime de tortura, a duas vezes a pena de cinco anos pelo crime de roubo e a três anos por formação de quadrilha. A pena total, de 31 anos, deverá ser cumprida em regime fechado em razão da gravidade dos fatos. Na sentença, o juiz afirma que o conteúdo probatório do processo demonstra que os acusados constrangeram as vítimas com emprego de violência e grave ameaça, causando-lhes sofrimento físico e mental com o fim de obter informações. "Queriam os acusados, com as ações agressivas, obter das vítimas todas as informações relativas aos dados que vinham colhendo na comunidade acerca da atuação da organização criminosa que administravam, vulgarmente denominada 'milícia'", escreveu o juiz. Além da tortura, Odinei, também conhecido como "Zero Um", e Davi, conhecido como "Zero Dois", roubaram alguns objetos dos jornalistas, como perfume, celular, máquina fotográfica e dinheiro, que não foram recuperados. Durante a instrução processual, o juiz constatou que três testemunhas de defesa praticaram o crime de falso testemunho e oficiou o Ministério Público para que os fatos fossem apurados.

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