sábado, 8 de agosto de 2009

Funcionários da TV Cultura de São Paulo decidem entrar em greve

Funcionários da Fundação Padre Anchieta (Rádio e TV Cultura) decidiram, em assembléias realizadas na quinta-feira, entrar em greve a partir da zero hora da segunda-feira. A greve, segundo eles, serão em função do não-cumprimento de acordo coletivo que determinava 5,83% de reajuste (e 35% de abono salarial) em maio, data-base da categoria, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo (Sindrad). O diretor do sindicato, José Marcos, estima que a adesão à greve será total. Nas assembléias havia a presença de 70% dos funcionários das áreas técnica e operacional, que põem a emissora no ar. Faixas colocadas por manifestantes em frente ao prédio da TV Cultura acusavam o governo do Estado de São Paulo de ter concedido reajuste de 90% para a diretoria da fundação, “mas nem os 12% devidos aos trabalhadores”. A direção da fundação distribuiu nota à imprensa comprometendo-se a buscar uma breve solução para a questão do reajuste salarial. A nota informa que o presidente da fundação, Paulo Markun, tratou do assunto com João Sayad, secretário de Estado da Cultura, e que obteve a promessa de que o processo será apressado na Secretaria de Estado da Fazenda e na Casa Civil. Vamos a alguns pontos históricos interessantes como contraponto para esta greve. Em outubro de 1975, o jornalista Paulo Markun estava preso no Dói-Codi pela repressão da ditadura militar, na delegacia da Rua Tutóia, como membro do Partido Comunista Brasileiro, quando foi assassinado nessa memsa delegacia o jornalista Vladimir Herzog, também membro do PCB, e um dos diretores da TC Cultura na época. Em 1979, o jornalista comunista Paulo Markun participou da última greve de jornalistas decretada em São Paulo. Foi um estertor do Partido Comunista Brasileiro para demonstrar a intelectuais e outros que ele tinha a hegemonia sobre os trabalhadores brasileiros. Não adiantou nada. Nasceu o PT naquele ano e liquidou com a tal hegemonia do PCB. A tal ponto que o partido desapareceu. O que restou dele, apenas um arremedo, é hoje o PPS de Roberto Freire, o último dirigente comunista brasileiro. Agora, petista, Paulo Markun enfrenta uma greve movida pelo PT, contra a gestão dele. E, claro, contra o governo paulista. Ou seja, comunistas, do PT ou não, nunca abandonam a mesma prática: eles estão sempre em campanha eleitoral. Como o governador José Serra é candidato a presidente no próximo ano, contra o PT, eles procuram desmontar a adversário desde cedo. Uma vez PT, sempre PT, é a natureza do escorpião em ação.

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