terça-feira, 11 de agosto de 2009

Depoimento de Buchmann foi decisivo para incriminar Yeda, dizem procuradores

Os seis procuradores federais que assinam a petição inicial da ação civil pública contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) e oito aliados afirmam no texto que um depoimento prestado pelo então presidente do Detran, auditor fiscal Sérgio Buchmann, em 17 de julho, foi "de extrema relevância" para corroborar a participação dela nos "atos ilícitos praticados em detrimento do Detran e da UFSM". Sérgio Buchmann, afirmam os procuradores, relatou "diversas condutas da governadora Yeda Crusius que demonstram não somente o seu conhecimento das fraudes perpetradas contra a autarquia, mas sua concordância e benefício direto". Acrescentam os procuradores: "No referido depoimento, (Buchmann) mencionou, ainda, duas conversas havidas: uma com o secretário da Administração adjunto, Genilton Ribeiro, na qual lhe foi narrada a participação do 'Casal Crusius' nos desvios de valores do Detran, chegando a ser detalhado percentuais de participação e valores; outra com o atual chefe da Casa Civil, José Wenzel, na qual Buchmann narrou a conversa havida com Genilton, sendo que o referido interlocutor não demonstrou nenhuma surpresa acerca dos fatos narrados. Em seguida, os procuradores dizem: "O então presidente do Detran relatou, também, ter sido coagido para que cedesse, praticando ou permitindo a prática de atos irregulares na referida autarquia. A coação teria sido perpetrada pelo chefe de Gabinete da governadora, Ricardo Lied, e por dois delegados da Polícia Civil". Acrescentam que esses fatos "estão sob apuração do Ministério Público Estadual”. Genilton Ribeiro é um quadro conhecido na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde já foi superintendente da área legislativa. Ele é membro do PTB e, até recentemente, esteve empregado no Tribunal de Contas, servindo sob as ordens do presidente denunciado nesta ação, o conselheiro João Luiz Vargas (ex-deputado estadual pelo PDT e ex-presidente da Assembléia Legislativa). Agora, o tom dessa afirmação parece de uma típica fofoca das tantas que assolam o mundo político gaúcho, e que nunca se comprovam. Naturalmente, Genilton não apresentou nenhuma prova. Deveria apresentar sua demissão imediata. E precisaria ser igualmente indiciado, porque servidor público que tem conhecimento de alguma desonestidade tem o dever de denunciá-la, senão é cúmplice da mesma.

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