quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Comissão quer ouvir sargento sobre enterros no Araguaia

A comissão que busca ossadas de desaparecidos da guerrilha do Araguaia pediu na segunda-feira ao Ministério da Defesa a convocação do sargento João Santa Cruz Sacramento para prestar esclarecimentos. Um dos mais atuantes militares na perseguição aos guerrilheiros, Santa Cruz aceitou mostrar onde ocorreram sepultamentos clandestinos de guerrilheiros comunistas do PCdoB, que queriam instalar a ditadura do proletariado no Brasil. A comissão ouviu na segunda-feira o depoimento do lavrador Félix Francisco Teixeira, o Dotozinho, que afirmou ter enterrado a cabeça do guerrilheiro comunista Arildo Valadão, o Ari, morto em 1973. Ele contou que estava preso na antiga base militar de Xambioá (TO), quando, certo dia, um militar lhe mostrou a cabeça de Ari. O guerrilheiro comunista havia sido morto dias antes a mando dos militares. Dotozinho reconheceu Ari, com quem mantinha, segundo disse, relações de amizade. A seguir, o militar ordenou que ele abrisse um buraco no mato e enterrasse a cabeça. Passados 36 anos, Dotozinho disse não ter mais condições de indicar o ponto do enterro. Afirmou que outros dois camponeses estavam presentes: Euclides Pereira, o Beca, e José Maria. Ambos deverão ser procurados. Estudante de física, o comunista Ari era casado com Áurea Pereira Valadão, também desaparecida no Araguaia. Ele tinha 24 anos quando morto.

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