quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bancada ruralista pressiona ministro da Agricultura contra novos índices de produtividade de terra

Ausente em reunião na qual o presidente Lula decidiu atualizar os índices usados para medir a produtividade de fazendas passíveis de desapropriação para reforma agrária, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, agora é pressionado por entidades e parlamentares ruralistas para não assinar a portaria sobre o tema. O pano de fundo da movimentação dos ruralistas é o fato de a decisão de Lula ter sido tomada à reboque de pressões da organização terrorista MST, que ergueu acampamento com 3.000 milicianos e promoveu marchas e invasões em Brasília nos últimos dez dias. Outra argumentação do setor é que o momento não é adequado para o anúncio: diante de uma crise financeira e da pressão para o cumprimento da legislação ambiental, eles terão de produzir mais para não ter suas propriedades declaradas improdutivas, passo obrigatório para a desapropriação da fazenda antes da criação de um novo projeto de assentamento. Na terça-feira, Lula anunciou uma portaria com os novos índices agropecuários, antiga bandeira milicianos dos sem-terra e promessa do governo de quatro anos atrás. A portaria será publicada em um prazo máximo de 15 dias. Os números variam de acordo com a cultura e a microrregião do País. Os índices que valem hoje tem como base o censo agropecuário de 1975. A decisão política sobre o tema ocorreu na segunda-feira, em uma reunião de Lula com alguns ministros, sem a presença de Stephanes, que foi informado somente depois de batido o martelo. Stephanes não é contra a publicação de novos índices, mas gostaria de ter sido informado com antecedência para preparar a recepção dos ruralistas à novidade. Eles souberam da atualização pela imprensa. Antes de ser publicada no "Diário Oficial da União", a portaria deve ser assinada por Stephanes e por seu colega do Desenvolvimento Agrária, Guilherme Cassel. Este ministro é um auditor de carreira da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, um militante trotskista da DS (Democracia Socialista), grupelho do PT gaúcho. Ele é uma “criatura” do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ex-secretário da Fazenda no desastrado governo do petista Olívio Dutra (aquele que promoveu a medida desenvolvimentista de expulsar a Ford do Rio Grande do Sul). Guilherme Cassel nunca plantou um pé de couve, mas é fiel à cartilha revolucionária. "Somos 100% contra a assinatura dessa portaria", afirmou Cesário Ramalho, da Sociedade Rural Brasileira.

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