terça-feira, 14 de julho de 2009

Senadores começam a pedir a renúncia de José Sarney

O presidente do Senado Federal, senador José Sarney (PMDB-AP), enfrentou nesta terça-feira o primeiro pedido para que renuncie ao comando da instituição. O senador Pedro Simon (PMDB-RS), conhecido por fazer discursos do gênero (o que é sua grande especialidade), iniciou o movimento e foi seguido pelos colegas Cristovam Buarque (PDT-DF) e José Nery (PSOL-PA). Os senadores alegam que a situação de Sarney se complicou porque ele mentiu em plenário ao negar que tinha responsabilidade administrativa sobre a Fundação José Sarney acusada de ter desviado recursos da Petrobras. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), subiu à tribuna e anunciou que vai protocolar uma nova denúncia no Conselho de Ética contra Sarney por quebra de decoro parlamentar. Arthur Virgílio afirmou que Sarney "mentiu" na cadeira da presidência ao negar responsabilidade pela fundação que leva seu nome. Ele já apresentou outras duas denúncias contra o presidente da Casa, que também foi alvo de representação do PSOL no colegiado. "Quero dizer que eu não tenho nenhuma responsabilidade administrativa naquela fundação, mas o que eu sei é que ela teve um projeto aprovado pela Lei Rouanet sujeito a um patrocínio da Petrobras, assim como evidentemente muitos memoriais de presidentes da República já receberam. De acordo com a lei, essa prestação de contas já foi encaminhada ao Ministério da Cultura e compete ao Tribunal de Contas da União em qualquer irregularidade a atribuição de julgá-la", disse Sarney, na semana passada, em plenário. Arthur Virgílio lembrou que o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) foi cassado, em 2000, porque os senadores consideraram que ele mentiu ao negar seu envolvimento com a Construtora Ikal e o grupo Monteiro de Barros no superfaturamento das obras do Forum Trabalhista de São Paulo. O estatuto da Fundação Sarney desmentiu a versão de Sarney. Segundo o documento, além de fundador, o peemedebista é presidente vitalício da fundação que leva o nome dele; preside o conselho curador da entidade; e assume à frente da fundação responsabilidades financeiras. A suspeita é que a Fundação Sarney desviou ao menos R$ 500 mil dos recursos repassados pela Petrobras para patrocinar um projeto cultural. O recurso teria sido desviado para empresas fantasmas e empresas da família do senador peemedebista.

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