terça-feira, 7 de julho de 2009

IBGE informa que safra de grãos brasileira deve cair 8,7% em 2009

A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 133,3 milhões de toneladas em 2009, 8,7% menor que a obtida em 2008 (146 milhões de toneladas) e 1,2% abaixo da estimada em maio (135 milhões de toneladas), segundo estimativa apresentada no "Levantamento Sistemático da Produção Agrícola" de junho, divulgado nesta terça-feira pelo IBGE. A redução frente à estimativa do mês passado se deve principalmente às perdas ocorridas com o milho da segunda safra no Paraná e de reavaliações nas estimativas do arroz, feijão e soja, diz o instituto. A área a ser colhida, de 47,2 milhões de hectares, apresenta decréscimos em termos absolutos tanto em relação a 2008 quanto a maio, respectivamente, de 83.946 hectares e 61.554 hectares. A safra esperada para 2009 tem a seguinte distribuição regional: Região Sul, 53,2 milhões de toneladas (-13,3%); Centro-Oeste, 47,4 milhões de toneladas (-6,7%); Sudeste, 16,9 milhões de toneladas (-3,9%); Nordeste, 12,1 milhões de toneladas (-2,8%) e Norte, 3,7 milhões de toneladas (-1,7%). A produção do trigo foi estimada em 5,7 milhões de toneladas (uma expansão de 0,3%). No sul do Paraná e no Rio Grande do Sul, os plantios ainda não foram totalmente efetivados, e as condições climáticas deste início de ciclo são favoráveis à cultura. A estimativa de safra da produção canavieira ficou em 691,8 milhões de toneladas (um aumento de 0,2%), com ampliação de 0,4% na área a ser colhida. A expansão resulta do interesse pelos derivados do produto, sobretudo álcool e açúcar, este último mais atrativo no momento, devido à queda da oferta no mercado internacional. A produção de milho, no entanto, deve somar 49,8 milhões de toneladas, uma redução de 2,2%. A primeira safra, avaliada em 33,8 milhões de toneladas, supera em 1% à estimada em maio. O ganho se deveu às reavaliações nos dados finais de colheita da Região Sul, onde o Paraná e o Rio Grande do Sul tiveram um aumento de 2,2% e de 5,2% em suas produções finais, respectivamente. A previsão para a 2ª safra, de 15,9 milhões de toneladas, apresenta expressiva redução, de 8,4%, em comparação à estimativa de maio. O Paraná, segundo produtor nacional nesta safra, foi o principal responsável por este decréscimo, com perda de 20,6% na produção, decorrente de reavaliação negativa do rendimento médio (queda de 19,9%). A produção esperada para o arroz é de 12,6 milhões de toneladas (uma queda de 1,4%), após reavaliações nos dados das regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste. No Nordeste, o excesso de chuvas causou a redução na área (de 1,9%) e no rendimento médio (de 6,4%), agora estimados em 701.742 hectares e 1.583 quilos por hectare. Nas outras duas regiões, o produto encontra-se na fase final de colheita. A produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, deve somar 3.614.985 toneladas (uma queda de 0,7%) e está assim distribuída: 1.705.718 toneladas da 1ª safra (47,2%), 1.545.192 toneladas da 2ª safra (42,7%) e 364.075 toneladas da 3ª safra (10,1%). A comparação com o levantamento de maio indica variações de -2,9%, 1,5% e 0,6% nas três safras, respectivamente. A queda na primeira safra reflete as perdas no Maranhão (de 12%), Piauí (de 7,1%), Ceará (de 10,1%) e em Pernambuco (de 31%). Na segunda safra, o acréscimo deve-se às reavaliações na maior parte dos estados produtores do Nordeste, com destaque para Pernambuco (alta de 141,5%). Já a variação positiva da terceira safra é decorrente do ganho de 2,3% na produção verificado em Goiás, em vista da reavaliação de seu rendimento médio, que, confrontado ao mês anterior, apontou acréscimo de 22%. A produção da soja em grão, principal lavoura de verão, deve ficar em 56,8 milhões de toneladas (0,6% a menos). O decréscimo decorre principalmente de reavaliações no Centro-Oeste. O Mato Grosso do Sul registra redução de 4,8% na produção, consequência da queda no rendimento médio (queda de 5%). Já a produção de cana-de-açúcar deverá somar 691.790.861 toneladas, alta de 6,6% frente a 2008. O incremento decorre principalmente do crescimento, de 6%, na área a ser colhida. No momento, a área total plantada é de 9.694.448 hectares.

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