quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ex-funcionária conta como funcionava o esquema fraudulento do Grupo Tânia Bulhões, a senhora Grendene


A Receita Federal investiga o grupo Tânia Bulhões, acusado de embolsar R$ 150 milhões com importações fraudulentas. Na Polícia Federal, em São Paulo, peritos examinam o material recolhido na operação que atingiu a empresária do luxo. Foram apreendidos computadores, documentos e ainda R$ 2,1 milhões. A loja de presentes de Tânia Bulhões trazia alguns produtos do Exterior com valores subfaturados, em um esquema de fraude muito parecido com o da Daslu. Outros entravam no País sem qualquer tipo de nota fiscal ou pagamento de imposto. Um dos alvos da investigação foi o apartamento da funcionária Magali Bertuol, responsável pelas fraudes. A especialista em importação trabalhou para Tânia Bulhões durante quase seis anos. Ela deixou a empresa no ano passado a convite de outro grupo. A ex-funcionária decidiu colaborar com a polícia e deu detalhes das operações que trouxeram móveis, objetos de decoração e artigos refinados para o comércio de luxo, lesando em milhões os cofres públicos. Magali disse em depoimento que, a partir das visitas de Tânia Bulhões, a feiras no Exterior, ela falava com fornecedores para providenciar as importações. Segundo a ex-funcionária, um brasileiro em Miami falsificava notas fiscais e mandava as mercadorias para o Brasil com valor bem abaixo do verdadeiro. Um subfaturamento de 60%. A especialista em importação revelou também que 70% dos pagamentos eram feitos por fora, em conta em paraíso fiscal e via “dólar-cabo”, esquema ilegal operado por doleiros. Os pagamentos oficiais eram 30% do valor real da mercadoria. De acordo com Magali, depois da prisão de Eliana Tranchesi, dona da Daslu, em 2006, o grupo Tânia Bulhões deixou de fazer as fraudes nas importações. Entre os documentos apreendidos estão tabelas que trazem variações de porcentagens com nota fiscal e até 100% sem nota fiscal. A ex-funcionária esclareceu que seriam os códigos usados para vendas no mercado interno com sonegação fiscal. Até agora a socialite Tânia Bulhões não quis aparecer. Ela é mulher de um dos irmãos Grendene e o casal costuma ostentar no País e fora dele. Recentemente, a dupla inaugurou um poderoso jatinho particular transcontinental, que vale algumas dezenas de milhões de dólares (jatinho Citation). A colunista Joyce Pascowitch a chama de “Tânia bilhões” e critica seu mau gosto.

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