quinta-feira, 30 de julho de 2009

Depoimento de ex-presidente do Detran gaúcho leva Polícia Federal a abrir nova investigação

O superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, delegado Ildo Gasparetto, esteve reunido nesta quarta-feira, em Santa Maria, com o delegado federal Gustavo Schneider, seu subordinado, para definir a abertura de um novo inquérito para investigar possíveis irregularidades no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Uma primeira pergunta: qual é o motivo pelo qual a Polícia Federal investiga agora questões que são do âmbito estadual? Isto não significa uma interferência, uma intervenção federal, na esfera estadual? As investigações terão como base o depoimento prestado pelo ex-presidente da autarquia, o auditor fiscal Sérgio Buchmann. Segundo informações extra-oficiais, no último dia 17, Sérgio Buchmann fez “novas revelações” aos policiais federais, que documentaram seu depoimento em vídeo. As investigações da Polícia Federal na chamada Operação Rodin já tinham uma duvidosa justificativa, que o assunto seria da alçada federal porque envolveria instituições e funcionários federais. Ora, não envolvia coisíssima nenhuma. As fundações envolvidas no caso, Fatec e Fundae, de Santa Maria, são fundações privadas, que deveriam, pela Constituição brasileira, sofrer fiscalização do Ministério Público Estadual, por meio de sua Curadoria das Fundações. É óbvio que esta Curadoria das Fundações deixou de exercer o seu papel, porque se tivesse exercido, não teria ocorrido a fraude do Detran. O fato de uma dessas fundações ter ligações mais estreitas com a Universidade Federal de Santa Maria, porque seu estatuto prevê que ela seja presidida pelo Reitor da Instituição, não anula o fato de que ele prossegue sendo assunto da esfera estadual, e não federal. Agora, o delegado Ildo Gaspareto continua agindo como um fiel comissário do candidato a governador Tarso Genro, o peremptório ministro da Justiça, seu chefe direto. No governo do Rio Grande do Sul, quem tem falado sobre o impasse entre o Estado e a empresa Atento, que fazia o recolhimento de carros autuados, a qual está no centro da demissão de Sérgio Buchman, é o secretário do Planejamento, seu colega auditor fiscal da Secretaria da Fazenda, Mateus Bandeira (ex-assessor do senador petista Aloizio Mercadante e ex-assessor do ex-ministro petista da Fazenda, Antonio Palocci), que participou da escolha de Buchmann para a presidência do Detran. Os dois devem saber, com toda certeza, de que foi uma empresa de consultoria do empresário Lair Ferst (hoje conhecido no Rio Grande do Sul como “Delair”), a Newmar, que fez o levantamento da suposta dívida de 16 milhões de reais do Detran para a Atento. A Atento tem seus interesses defendidos pelo escritório do advogado Lia Pires.

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