sexta-feira, 10 de julho de 2009

BNDES venderá em leilão 15% das ações da controladora da Oi

Até o final do mês, a BNDESPar venderá em leilão aproximadamente 15% das ações com direito a voto da Telemar Participações, holding que controla o grupo de telefonia Oi. O preço mínimo de venda previsto é de R$ 824 milhões. Apesar de o leilão ser, tecnicamente, aberto a qualquer interessado, é certo que os fundos de pensão estatais Petros (da Petrobras) e Funcef (da Caixa Econômica Federal) ficarão com as ações, pelo preço mínimo do leilão. Os dois fazem parte do bloco de acionistas da empresa, e, por isso, estão em vantagem. Se comprarem as ações, cada um terá representante no conselho de administração da companhia, poder de veto nas reuniões prévias das assembléias de acionistas e outros direitos. Se um candidato de fora do grupo vencer o leilão, será minoritário nas assembléias de acionistas, e não poderá vender suas ações nas mesmas condições dos controladores, em caso de venda da empresa. "Se aparecer outro comprador no leilão, será um contrassenso, porque as ações não têm liquidez na Bolsa e o valor do negócio é muito alto. A compra só faz sentido para quem já está no grupo de controle acionário", afirma o presidente da Funcef, Guilherme Lacerda. O leilão é a última etapa da reorganização societária da Oi, iniciada em abril de 2008, com a compra da Brasil Telecom. O BNDES financiou a reestruturação, com R$ 2,569 bilhões. Na reorganização, alguns sócios (grupos GP, Opportunity, Citibank e seguradoras ligadas ao Banco do Brasil) deixaram a companhia. Os grupos La Fonte e Andrade Gutierrez somaram suas ações às do fundo de pensão Atlântico, dos empregados da Oi, e ficaram majoritários no capital votante. Antes da mudança, o BNDES tinha 25% do capital da Telemar. Com a saída de alguns sócios, passou a ter 31,6%, mas cairá para 16,89% depois do leilão, para que Petros e Funcef aumentem suas fatias e tenham representantes no conselho. Os dois fundos possuem hoje, cada um, pouco menos de 3% das ações com direito a voto da Telemar Participações e ambicionam chegar a 10%. A Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) tem cerca de 13%.

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