segunda-feira, 1 de junho de 2009

Procuradoria denuncia três executivos da Camargo Correa por evasão e lavagem de dinheiro

O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou três executivos da construtora Camargo Correa pelos crimes de fraude contra o sistema financeiro, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. De acordo com a Procuradoria, eles participavam de um esquema ilegal de dinheiro para o Exterior. Os crimes foram descobertos na Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que também verificou doações da construtora para diversos partidos políticos. A Procuradoria denunciou também os doleiros Kurt Paul Pickel, José Diney Matos e Jadair Fernandes de Almeida por operação de instituição financeira ou de câmbio ilegal, fraude financeira, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Os executivos denunciados são Pietro Bianchi, Fernando Dias Gomes e Dárcio Brunato. De acordo com o Ministério Público Federal, um quarto executivo da Camargo Correa e duas secretárias da empresa podem responder por evasão de divisas e quadrilha. Para a Procuradoria, o motivo para os executivos da Camargo Correa participarem do esquema de remessa ilegal de dinheiro ao Exterior pode ser a ocultação de superfaturamentos em obras públicas detectados pelo Tribunal de Contas da União, que resultaram em ações de improbidade ajuizadas em diferentes Estados. Entre os casos de suposto superfaturamento, o Ministério Público cita as obras da refinaria Abreu e Lima, em Recife (PE), o metrô de Salvador (BA), a ampliação do aeroporto de Vitória (ES) e a implantação de trens urbanos em Fortaleza (CE), entre outras. Segundo a denúncia, o principal esquema de evasão, câmbio ilegal e lavagem era feito pela importação de softwares pela Camargo Correa através de contratos de câmbio forjados firmados entre a Admaster Participações com o Unibanco e com o Banco Central. O Ministério Público informa que os contratos pareciam legais, mas havia simulação de importações e os pagamentos eram feitos por ordem dos diretores da construtora para a empresa de um doleiro no Uruguai, a Surpark. As quantias remetidas para a Surpark eram transferidas para contas abertas em outros países. O Ministério Público acredita que as contas pertencem a diretores da Camargo Corrêa, da Supark ou da quadrilha.

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