segunda-feira, 22 de junho de 2009

Fecomércio mostra que empréstimo em financeiras pode custar 530% mais caro

Os juros de empréstimo pessoal podem cair seis vezes se o consumidor procurar pela menor taxa, aponta pesquisa feita pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de São Paulo) com base em dados da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças Administração e Contabilidade). Segundo o levantamento, enquanto o CDC (Crédito Direto ao Consumidor), realizado em bancos, apresenta taxa de 41% ao ano, o empréstimo pessoal em financeiras custa juros de 259% ao ano. A diferença entre as duas taxas supera os 530%. Em abril, em termos de taxa mensal, o juro de empréstimo pessoal em financeiras foi de 11,24%, enquanto em bancos foi de 5,39%. Se o mesmo empréstimo fosse feito por Crédito Direto ao Comsumidor, o custo seria ainda menor, de 2,88%. "Ou seja, os juros poderiam ser seis vezes menor se o consumidor optasse pelo empréstimo mais barato. E mesmo assim as financeiras e os bancos teriam lucro", avalia Antonio Carlos Borges, economista e diretor-executivo da Fecomercio. A entidade também avaliou a Selic, taxa básica de juros definida pelo BC (Banco Central), usada como referência para os negócios do governo brasileiro. Entre janeiro de 2000 e abril de 2009, ainda segundo dados da Anefac, a Selic caiu de 19% para 11,25% ao ano, o que corresponde a uma queda de 41%. No mesmo período, a taxa média de juros ao consumidor caiu apenas 18%, indo de 163% para 134% ao ano. "As consecutivas quedas na taxa Selic não têm se aproximado àquelas praticadas para o consumidor. E apenas a redução do custo básico do dinheiro não vai resolver o problema do enorme 'spread' bancário. Cabe ao governo e, principalmente, ao consumidor pressionar pela redução dessa diferença entre taxas", afirma o economista Antonio Carlos Borges.

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