domingo, 21 de junho de 2009

Em 1985, nomeação de Roseana Sarney foi mantida em segredo

Esta não é a primeira vez que um membro da família Sarney é apontado como beneficiário de um atos sigilosos. Em 1986, Roseana Sarney, filha do então presidente da República José Sarney, fora nomeada um ano antes junto com parentes de outros 25 senadores em uma decisão mantida em segredo. Na realidade, o grupo de 60 pessoas começou a ingressar na folha de pagamento do Senado em 1981, no início da legislatura, sem concurso. Por indicações políticas, foram nomeados "assessores técnicos". Deveriam deixar o Parlamento em 1985, com o fim do mandato dos padrinhos políticos, mas foram transformados em funcionários do quadro permanente pelo ato 6/85 do então presidente do Senado Federal, senador Moacyr Dalla (PDS-ES). Ganharam a função de "técnico de legislação e orçamento" e a estabilidade dos servidores estatutários. As efetivações só foram descobertas após a publicação pelo Senado de um almanaque de funcionários da Casa. O ato que permitiu a entrada de Roseana Sarney no Senado Federal foi assinado em novembro de 1984, por Moacyr Dalla. Ela foi lotada no gabinete do pai. Em 1985 Roseana ainda foi cedida para trabalhar no governo federal, atendendo a uma requisição da Casa Civil de maio daquele ano, dois meses depois de José Sarney ser empossado presidente, após a morte de Tancredo Neves. Na lista de efetivados pela decisão tomada em silêncio também constava João Agripino Maia, primo do senador José Agripino Maia (DEM-RN), então governador do Rio Grande do Norte e hoje senador. Um funcionário antigo do Senado contou que, até 1988, ano de aprovação da Constituição, esta era uma prática comum no Congresso. Os parlamentares tinham uma cota de indicações, e muitos parentes foram nomeados pelo regime celetista, que dispensava concurso. Depois, eram efetivados no final das legislaturas.

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