segunda-feira, 22 de junho de 2009

Conselho de Guardiães admite irregularidades na eleição do Irã

O Conselho de Guardiães do Irã, máxima instância constitucional do país, admitiu na manhã desta segunda-feira que, na eleição de 12 de junho, houve irregularidades nas votações. O resultado oficial, endossado pelo conselho, tinha dado vitória ao presidente fascista e racista Mahmoud Ahmadinejad. Segundo o porta-voz do Conselho dos Guardiães, Abbas Ali Kadkhodai, ainda não é possível "determinar se esse montante é decisivo para alterar os resultados da eleição." De acordo com a TV, o conselho assegurou que, em 50 cidades, o número de votos superou o número de eleitores inscritos, o que implica em mais de 3 milhões de eleitores. O resultado oficial da eleição corrupta dá para o fascista islâmico Ahmadinejad 8 milhões de votos além do recebido por ele em 2005, o que a oposição já tinha considerado irreal.

Veja a morte da menina que participava da manifestação e foi atingida por disparo feito por miliciano do fascista Ahmadinejad

O Conselho de Guardiães informou que as irregularidades foram encontradas entre as 170 cidades onde um dos candidatos derrotados, Mohsen Rezai, disse ter ocorrido os problemas. Essa admissão abre caminho para a investigação dos 646 "irregularidades" apontadas pelos três candidatos derrotados (Rezai, Mehdi Karubi e Mir Hossein Mousavi, líder da oposição e tido, segundo as pesquisas de intenção de voto anteriores ao pleito, como principal ameaça à reeleição de Ahmadinejad). Mousavi e Karubi pediram na sexta-feira que o Conselho dos Guardiães anule a eleição. O reconhecimento das irregularidades produz uma reviravolta na situação política do país, já que, na sexta-feira, o líder supremo da Revolução, o aiatolá Ali Khamenei, havia rejeitado a tese da oposição de que o fascista islâmico Ahmadinejad se reelegeu por meio de fraudes, e passou avisos cheio de ameaças repressivas às centenas de milhares de manifestantes. Também fica fortalecida a posição do líder oposicionista Mousavi, que lidera protestos desde a realização das eleições devido às suspeitas de fraude. Entre os indícios de fraude, os especialistas apontam o fato de Ahmadinejad aparecer sempre com o dobro de votos de Mousavi nos resultados parciais da apuração, quando é comum que haja variação, graças às diferentes tendências de diferentes regiões do país; e o fato de 39,2 milhões de cédulas terem sido contadas a mão em apenas 12 horas quando, no passado, em eleições com uma menor participação de eleitores, o tempo foi ao menos duas vezes maior. Há dúvidas ainda por Ahmadinejad ter recebido a maioria dos votos inclusive nas Províncias em que a minoria étnica azeri, a mesma de Mousavi, é majoritária; e pelo clérigo reformista Mehdi Karubi ter conseguido só 0,85% dos votos quando ele obteve 17% no primeiro turno das eleições presidenciais de 2005. No sábado, dez pessoas foram assassinadas pelas milícias islâmicas do fascista Ahmadinejad, quando protestavam nas ruas.

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