domingo, 19 de abril de 2009

Viúva do senador Jefferson Peres converte cota de passagem aérea em dinheiro

O Senado Federal transformou em dinheiro a cota de passagens aéreas deixada pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM), morto em maio de 2008, e deu o valor para a sua viúva. A conversão foi feita a pedido da viúva Marlidice Péres, que é juíza estadual aposentada. Ela recebeu R$ 118.651,20 referentes à cota que o senador não usou de janeiro a abril de 2008. Esse procedimento não é previsto no ato do Senado que regulamenta o uso de passagens, mas foi liberado pelo então presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Marlidice afirmou que o Senado "tem tanto desperdício de dinheiro público", que o pagamento a ela não pode ser considerado ilegal, pois a cota de passagem era do seu marido e, portanto, lhe pertencia. O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), ex-presidente do Senado, afirmou na sexta-feira que agiu dentro da legalidade ao permitir que a viúva do ex-senador Jefferson Péres (PDT-AM), recebesse em dinheiro a cota de passagens aéreas deixada pelo senador morto. Garibaldi Alves se disse arrependido, mas destacou que tinha um parecer da Advocacia Geral do Senado autorizando o ato. O peemedebista reconheceu, no entanto, que errou ao não submeter à decisão à Mesa Diretora. Garibaldi explicou que a medida isolada só foi tomada quando a Casa estava de recesso. O ex-presidente do Senado afirmou que se fosse hoje não teria autorizado a medida e disse que ainda vai avaliar a provocação da Mesa para anular a decisão. "Se fosse hoje, não faria. Fiz em função dos apelos da viúva. Ela estava sem receber pensão e estava aflita. Agora quem está aflito sou eu. A decisão pode ser revista se eu provocar a Mesa, ou se outro senador provocar. Mas ainda não decidi se farei isso. Me arrependo de ter tomado essa decisão", afirmou ele. E os contribuintes brasileiros, o que fazem? O mais patético nisso é que o senador Jefferson Peres passou a vida cuidando de sua imagem de honesto e homem reto. Ai vem sua viúva e manda a imagem para a caixa-prego.

Nenhum comentário: