domingo, 22 de fevereiro de 2009

Produtores rurais argentinos realizam nova paralisação comercial

Os produtores rurais da Argentina iniciaram na sexta-feira uma nova paralisação do comércio de gado e grãos, o que constitui um retorno ao confronto com o governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner. O locaute começou com um ato em massa liderado pelos líderes das organizações patronais agrárias em Leones (província de Córdoba), a "capital nacional do trigo", uma das culturas mais prejudicadas pela severa seca que castiga os campos, considerada a pior em 50 anos. O golpe econômico pela seca é apenas uma das contas do rosário de queixas repetido na sexta-feira pelo setor rural em Leones, onde os dirigentes rurais reiteraram seu pedido ao governo para que diminua os impostos para as exportações de grãos. "Temos muitos problemas, quando comparamos as produções vemos que se deterioraram, pelo clima em parte, mas em grande parte pelas políticas equivocadas que este governo adota", denunciou Mario Llambias, presidente da Confederações Rurais Argentinas. "Isto que começou como uma exigência agropecuária tem que seguir como uma exigência nacional", declarou ele. Nos mesmos termos se pronunciou o presidente da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, que criticou as práticas "centralizadoras" do governo. "Não se trata de desestabilizar ninguém, nem de ser parte de uma conspiração, de algum golpe ou de coisas que se assemelhem, trata-se de recuperar as possibilidades e as perspectivas do país", acrescentou. Os líderes agrários pediram diálogo sem condições e flexibilidade no esquema tributário, que detonou o conflito entre o campo e o governo em março de 2008. Na ocasião, o governo perdeu a disputa com o campo e teve que retirar um aumento nos impostos para as exportações e retornar para a velha norma, que agora também é rejeitada pelos produtores. Segundo as quatro grandes patronais agrárias do país, que representam cerca de 290 mil produtores, a situação do setor é "crítica" não apenas pelos impostos às exportações, mas também pela queda dos preços internacionais dos grãos, o aumento dos custos de produção, a seca e a falta de financiamento, entre outros fatores. A paralisação continuará até terça-feira, quando a ministra da Produção, Débora Giorgi, convocou uma reunião junto aos líderes das entidades agropecuárias.

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