domingo, 22 de fevereiro de 2009

Parlamentares italianos criticam "pedido de perdão" do terrorista Cesare Battisti

O líder da coalizão PDL (Povo da Liberdade) no Senado italiano, Maurizio Gasparri, criticou na sexta-feira a carta do terrorista Cesare Battisti, na qual o italiano pede perdão aos cidadãos de seu país pelos atos que cometeu durante a luta armada. No texto, lido na quinta-feira pelo senador brasileiro José Nery (PSOL-PA) no plenário, Battisti pede que os italianos os perdoem e que a Itália mostre seu "lado cristão", pois o "perdão é um ato de nobreza". "Queremos perguntar a Battisti de que coisa a Itália deveria perdoá-lo. Pelos homicídios brutais que ele cometeu? Se for por isso, então significa que ele admite os crimes. E, se admite, está disposto a vir para a Itália pedir publicamente desculpa pelas atrocidades que cometeu?", questionou Gasparri. "Onde estava sua fé cristã enquanto matava inocentes? Ao invés de escrever cartas ridículas, comece a cumprir sua pena na prisão do nosso país. Talvez assim, com a devida humildade, Battisti poderá novamente pedir perdão aos familiares das pessoas que ele e seus companheiros mataram", afirmou o líder da bancada do PDL no Senado. O documento de oito páginas, escrito à mão pelo italiano que está preso desde 2007 no Brasil, foi levado a plenário na última quinta-feira pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que pediu a Nery que o lesse. "Cesare Battisti ainda quer se mostrar franco, diferente dos seus companheiros que estão cumprindo a pena pelos brutais homicídios cometidos. Sua carta é uma astúcia vergonhosa, a extrema tentativa de fugir de um retorno à Justiça italiana", disse a deputada Michaela Biancofiore (PDL). Para ela, "pedir perdão à Itália cristã sem um real arrependimento pelos vários homicídios, é absolutamente inaceitável".

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