domingo, 22 de fevereiro de 2009

Morales aceita supervisão internacional sobre aplicação da nova Constituição

O presidente da Bolívia, o índio cocaleiro trotskista Evo Morales, disse na sexta-feira que aceita que a comunidade internacional supervisione a aplicação da nova Constituição e do regime de autonomias em seu país, como foi pedido por alguns setores da oposição. "O governo nacional é transparente, não tem medo de ninguém. Todos serão bem-vindos para supervisionar a implantação da autonomia nas diferentes regiões do país e a nova constituição política do Estado", disse ele. Cerca de 61,4% dos bolivianos aprovaram a nova Constituição promovida pelo governo de Morales, que foi submetida a referendo no último dia 25 de janeiro. Em discurso durante um ato das Forças Armadas, o trotskista Morales confirmou ainda a presença de observadores internacionais durante a aplicação do processo de reforma agrária na Bolívia. O governo tenta iniciar uma reforma para expropriar latifúndios que não cumpram funções econômicas ou sociais, ou que ainda mantenham indígenas ou camponeses em regime de servidão. As primeiras expropriações ordenadas no sudeste do país a vários fazendeiros, entre eles um norte-americano, encontraram resistência dos empresários agrícolas, que anunciaram ações legais e protestos para impedi-las. Morales destacou aos líderes militares que chegou o momento de implantar as mudanças pelas quais lutaram os movimentos indígenas da Bolívia, e pediu às Forças Armadas que mantenham seu respaldo às reformas. As regiões opositoras de Santa Cruz, Beni e Chuquisaca também rejeitaram o modelo autônomo que foi proposto pela nova Constituição, por considerar que é insuficiente para suas regiões. Por isso, esses governadores regionais rejeitaram se reunir com Morales para discutir a aplicação das autonomias em um Conselho criado pelo governo.

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