segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ministro Carlos Lupi quer implodir representação dos patrões no Codefat

Uma manobra do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, incendiou o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador). Criado para gerir as verbas do FAT, cujo patrimônio atual passa de R$ 158 bilhões, o conselho tem composição tripartite. São quatro representantes do governo, quatro das centrais sindicais e quatro de organizações patronais. Governo, trabalhadores e patrões revezam-se na presidência a cada dois anos. Atualmente na presidência Luiz Fernando Emediato, que representa a Força Sindical, central sindical presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força”. Ele é filiado ao PDT, partido do ministro Carlos Lupi. O mandato de Emediato expira em agosto. Pelo rodízio, deveria assumir o comando do Codefat um representante dos patrões. São as seguintes as entidades patronais com assento no Codefat: CNI (Confederação Nacional da Indústria), CNC (Confederação Nacional do Comércio), CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) e CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Entre as quatro confederações, só a CNA ainda não ocupou a presidência do conselho. Portanto, a senadora Katia Abreu (DEM_TO), presidente da CNA, é a natural candidata para o cargo. Ela é a senadora que relatou a emenda da CPMF, cuja votação impôs a maior derrota para o governo Lula. Nessas circunstâncias, o que faz o ministro Carlos Lupi? Ele enviou à Casa Civil uma minuta de decreto sobre o Codefat, sugerindo a ampliação do Codefat. Em vez de quatro representantes de cada setor, haveria seis. E mais: acabaria o rodízio entre os presidentes, e o Codefat passaria a ter um presidente fixo, que seria o próprio ministro do Trabalho. Ou seja, nem mais nem menos, Lupi e o PDT querem colocar suas mãos sobre os 158 bilhões do FAT. Isso é mais do escandaloso. Mas.... em matéria de escândalos, o governo Lula está doutorado.

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