quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cambojanos comemoram julgamento do ex-líder do Khmer Vermelho, o genocida Duch

Os sobreviventes das atrocidades do Khmer Vermelho reagiram com dor, ódio e alívio nesta terça-feira ao julgamento do principal torturador do regime comunista do Camboja que governou entre 1975-79 e foi derrubado depois de ter matado cerca de 1,7 milhão de pessoas devido à tortura, assassinatos, doenças e fome. O ex-líder do Khmer Vermelho, Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, é o primeiro dirigente do regime a ser levado a julgamento pelas atrocidades cometidas nos anos 70 em nome de uma revolução comunista. Quase 800 pessoas, inclusive alguns monges budistas perseguidos durante o Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot, assistiram ao julgamento no tribunal cambojano. Duch admite ter cometido atrocidades na S-21, conhecido também com o nome de Tuol Sleng, um centro de interrogatórios que funcionava em um antigo colégio secundário de Phnom Penh, onde mais de 12 mil pessoas foram torturadas e assassinadas em função da repressão em massa organizada pelo Khmer Vermelho. Ele também é acusado de comandar a Santebal, que comandava a segurança nacional e operava os presídios. Duch, hoje convertido ao cristianismo, confessou seus crimes, mas diz que apenas cumpria ordens. Detido em 1999 pelas autoridades cambojanas, Duch foi levado em 2007 a um tribunal especial em Phnom Penh. Outros quatro dirigentes do regime comunista serão levados ao banco dos réus mais adiante. Eles têm entre 76 e 83 anos, e muitos cambojanos temem que morram antes que se faça justiça. Mas que se Justiça se fará ainda que eles venham a ser condenados a penas de cadeia? Os seguidores deles estão espalhados pelo mundo inteiro.

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