domingo, 8 de fevereiro de 2009

Brasil recebe lixo high-tech dos Estados Unidos

Em 2006, o Brasil foi parte do lixão high-tech da Califórnia. Conforme dados obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo no DTSC (Departamento de Controle de Substâncias Tóxicas da Califórnia), 1.190 toneladas de lixo eletrônico foram enviadas desse Estado norte-americano para o Brasil naquele ano. E, chegando no Brasil, onde foram depositadas essas 1.190 toneladas? Uma das sugestões de Videversus é procurar junto aos aterros sanitários existentes no País. A busca pode ser iniciada pelo aterro da Utresa, em Estância Velha, Rio Grande do Sul, onde se sabe, com certeza, que há contêineres inteiros, fechados, enterrados na famigerada Vala 7 (na foto) dessa instituição. Os dados obtidos pela Folha de S. Paulo indicam que o Brasil ignora a Convenção da Basiléia, um tratado internacional do qual o país faz parte e que tenta combater o trânsito internacional de resíduos perigosos dos países desenvolvidos para nações em desenvolvimento. O lixo eletrônico (televisores, computadores, celulares e outros aparelhos eletrônicos descartados para o uso) é considerado perigoso, pois possui em sua composição substâncias tóxicas, como mercúrio e chumbo. Televisores e monitores de computador, por exemplo, possuem de 20% a 25% de chumbo em sua composição. O DTSC não especifica que tipo de aparelho eletrônico foi enviado ao Brasil. Os dados do DTSC mostram que a Califórnia exportou mais de 9.000 toneladas de lixo eletrônico para todo o mundo em 2006. China, Malásia e Índia são alguns dos países que aparecem na lista como destinatários finais desse lixo. Mas, essa quantidade pode ser ainda maior. Com toda certeza, é mais de três ou quatro vezes maior, porque os produtores de lixo nunca declaram corretamente o que jogam fora, nem onde jogam fora. Em 2003, a Califórnia efetivou legislação que proíbe o despejo de aparelhos eletrônicos sem uso em seus lixões.

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