domingo, 11 de janeiro de 2009

Abigeato no Rio Grande do Sul aterroriza proprietários rurais

Proprietários rurais gaúchos estão muito assustados e revoltados com a intensa atividade de abigeatários, que estão abatendo bois, ovelhas e até cavalos de raça na região Sul do Estado. Nos últimos dias, foi atingida na cabeça por um tiro uma égua da raça Crioula, campeã da Expointer de 1993, Gaita do Mata Olho. Esse atentado ocorreu no município de Candiota. Mas, a ação dos abigeatários é livre, e ocorre em quase todos os municípios da região Sul. Ocorre que o campo gaúcho está despovoado. O editor de Videversus comprovou, durante os últimos dias, em Dom Pedrito, essa situação. Uma viagem afetiva aos campos do Ponche Verde comprovou que todas as fazendas estão vazias. Nelas, só episodicamente aparece um caseiro. Praticamente nem cachorro de guarda existe mais nas propriedades. Fazendas magníficas, históricas, de grande valor, têm dezenas de herdeiros, muitos deles jovens, e neste período de férias estão vazias. Nenhuma criança, nenhum jovem, tampouco os donos, aparecem em suas sedes. As porteiras, muitas delas, estão abertas, para que bois, vacas e ovelhas saiam para os “corredores” (estrada de terra interna do município) e pastem ali, já que a pastagem das fazendas está amarelada (seca) pela estiagem. É fácil, portanto, a ação para um abigeatário. O jornalista Vitor Vieira percorreu mais de 70 quilômetros de estradas internas do município de Dom Pedrito, foi até o marco da divisa com o Uruguai, e não encontrou obstrução para a ação de qualquer abigeatário, a qualquer hora do dia. Os proprietários rurais são unânimes em gritar pela proteção policial. Nas cidades, moradores de um condomínio vertical ou horizontal contratam empresas de segurança. No Interior, esses proprietários são incapazes de se reunir e montar um esquema de segurança para garantir o patrimônio que eles deixam abandonados no campo. Em Dom Pedrito, cidade com uma população inferior a 30 mil pessoas, marginais atacam o comércio armados, à luz do dia, inclusive fazendo reféns. A polícia não os prende, embora saiba quem são, porque é impossível em uma cidade pequena não se saber quem são. E os policiais ficam apenas fazendo operações para aparecer, como vistoria de carteiras de motoristas. Como iriam encontrar tempo para também policiarem os “corredores” do interior do município?

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