domingo, 21 de dezembro de 2008

STF concede prisão domiciliar a torturador uruguaio da Operação Condor

O Supremo Tribunal Federal autorizou na sexta-feira a concessão de prisão domiciliar para o coronel uruguaio torturador Manuel Cordero Piacentini, acusado de participação na Operação Condor, esquema de repressão política entre ditaduras da América do Sul contra opositores. O benefício está condicionado à uma cirurgia cardiovascular a que Piacentini deverá ser submetido. Ele entrou com o pedido de prisão domiciliar por sofrer de "grave doença cardiovascular". O torturador Manuel Cordero Piacentini está preso desde fevereiro de 2007. Ao conceder o benefício, o ministro Marco Aurélio Mello levou em consideração a idade do militar torturador, de 70 anos. Em seu voto, o ministro determinou que o militar deverá entregar o passaporte na Polícia Federal e permanecer no Brasil. Os demais ministros da Corte acompanharam o voto de Mello. Porém, a ministra Cármen Lúcia, ressaltou que o militar deverá "ser acompanhado do controle policial necessário para que não haja nenhum tipo de desvirtuamento" da prisão. O Supremo julga desde o ano passado dois pedidos de extradição feitos pela Argentina e pelo Uruguai contra o torturador Manuel Cordero Piacentini. Este infame militar uruguaio atuou na repressão em Buenos Aires, no famigerado centro de tortura e assassinatos chamado Automotores Orletti. Nesse local ele torturou a uruguaia Sara Rita Mendez, e roubou seu filho (um nenê de poucos dias), só reencontrado mais de 25 anos depois. Também torturou e depois conduziu para Montevidéu a argentina Maria Claudia Garcia Irureta de Gelman, nora do famoso poeta Juan Gelman. Assim que deu à luz na prisão, em Montevidéu, Maria Claudia foi assassinada. O mundo está de olho na decisão que será tomada pelo Supremo Tribunal Federal.

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