segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Polícia Federal acusa Daniel Dantas de lavar dinheiro no porto de Santos

O banqueiro Daniel Dantas usou uma empresa dele que opera o terminal de contêineres do porto de Santos (SP), chamada Santos Brasil S/A, para lavar dinheiro que tinha fora do País, segundo documentos apreendidos pela Polícia Federal. Os papéis indicam que o próprio Daniel Dantas comprou debêntures da Santos Brasil com recursos que tinha no Exterior. Para as autoridades brasileiras, parece que a compra foi feita por investidores estrangeiros, já que foram usados intermediários para esconder o real proprietário dos recursos, de acordo com a polícia. A Polícia Federal acusa o banqueiro de ter lavado dinheiro de quatro maneiras pelo menos: com gado, mineração, empreendimentos imobiliários e comprando debêntures da Santos Brasil. Daniel Dantas arrematou o terminal de contêineres em um leilão de privatização, em 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Pagou o equivalente a US$ 250 milhões para explorar o maior terminal de contêineres da América do Sul. O grupo Opportunity usou dois intermediários para trazer dinheiro sem origem que tinha fora do Brasil, segundo o relatório parcial da Operação Satiagraha. Em um dos casos, o banqueiro pagou US$ 30 mil para usar uma "offshore" de Roberto Amaral, ex-diretor da empreiteira Andrade Gutierrez, que ajudou Daniel Dantas a ampliar seus contatos no mundo político. No outro esquema, o dinheiro saiu das Ilhas Cayman, paraíso fiscal no Caribe, onde Daniel Dantas opera um fundo de investimentos, e passa por fundos do banco UBS em Delaware, paraíso fiscal dentro dos Estados Unidos. De Delaware, o UBS remeteu o dinheiro para um fundo brasileiro como se fossem recursos de investidores estrangeiros. Com o dinheiro do próprio Daniel Dantas, o fundo comprou debêntures da Santos Brasil, diz a Polícia Federal.

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