segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Mladic é "uma bomba-relógio", diz imprensa sérvia

O criminoso de guerra sérvio Ratko Mladic, foragido há mais de 12 anos, rejeita qualquer possibilidade de se entregar de forma voluntária à Justiça, informam jornais locais. Segundo as fontes, que asseguram ter tido acesso a um relatório reservado sobre sua busca, seu estado psíquico após esconder-se durante anos é como "uma bomba-relógio", que facilmente "poderia levá-lo à morte, e inclusive à de gente inocente de seu entorno". Em várias ocasiões, as autoridades da Sérvia fizeram apelos a Mladic para que se entregasse de forma voluntária ao Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), que o acusa de genocídio e outros crimes cometidos durante o conflito bósnio (1992-1995). O relatório indica que Mladic, ex-comandante militar dos sérvios da Bósnia, se sentiu "muito ofendido" quando em 2002 teve de deixar as instalações do Exército da então Iugoslávia (Sérvia e Montenegro), onde se escondeu por alguns períodos. Depois, durante um ano, se refugiou em apartamentos em Nova Belgrado, a parte moderna da capital com grandes edifícios e arranha-céus. Mladic se comportava todo o tempo como "um bom ilegal", se movimentava pelos andares sem produzir barulho em meias de lã, não permitia conversas em voz alta, e por medo de ficar doente se preocupa obsessivamente com a higiene. Também, durante muito tempo insistia em que lhe visitasse sua família, via com regularidade televisão e até jogava xadrez. De acordo com o relatório, Mladic era bastante áspero com relação aos membros de sua segurança, embora estes fossem "fiéis até a morte". Exigia também que provassem as refeições antes que ele.

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