terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ministro Guido Mantega admite que crise já prejudica arrecadação do governo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta terça-feira que o ritmo de crescimento da arrecadação do governo federal já diminuiu em novembro, como reflexo da desaceleração da economia a partir de outubro, devido aos efeitos da crise financeira internacional. "A arrecadação continua crescendo, mas menos do que estava antes", afirmou o ministro. Segundo ele, as receitas administradas (exceto taxas e contribuições controladas por outros órgãos) deverão fechar o ano conforme o previsto, em cerca de R$ 470 bilhões. De acordo com o ministro, esse crescimento menor agora será compensado porque a arrecadação no início do ano cresceu "a maior". Mantega disse que o crescimento da arrecadação vai permitir que o governo termine o ano com o melhor desempenho fiscal da série histórica. No mês passado, a arrecadação ficou, em termos brutos, cerca de R$ 3,5 bilhões abaixo do programado. O resultado representa queda de 6% em relação às metas da equipe econômica e não inclui a arrecadação com royalties, dividendos de estatais e receitas não administradas pela RFB. Guido Mantega avalia que as contas externas brasileiras vão se ajustar com o "novo câmbio". Na sua avaliação, "tudo indica" que o câmbio ficará numa posição mais favorável para as exportações brasileiras. "Eu conto muito com a mudança cambial para o estímulo das exportações brasileiras. As exportações ficarão mais competitivas. Essa que é verdade. Nós ganhamos competitividade com o dólar R$ 2,30, R$ 2,40 e R$ 2,50", disse ele. Ele ressaltou que com esse novo câmbio as exportações brasileiras ficam mais baratas, o que "automaticamente" faz um ajuste das contas externas. "As contas externas vão ser ajustadas principalmente pelo novo câmbio. Um dos ajustes que foram feitos na economia é que nós tínhamos uma valorização cambial excessiva. O real estava muito valorizado e isso prejudicava as exportações brasileiras. Encarecia as exportações e barateava as importações", afirmou Mantega.

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