segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Especialista diz que zoneamento do Vale do Itajaí poderia ter evitado tragédia

Um diagnóstico sócio-ambiental e o zoneamento da região, inseridos nos planos diretores dos municípios catarinenses, poderiam ter evitado a tragédia vivida pelo estado nas duas últimas semanas, afirma a coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Adriana Rossetto. “Mesmo com mecanismos de monitoramento e de alerta, é uma tragédia que ocorreu depois de quantos dias de chuva e sabendo que haveria uma maré alta? Teve essa proporção porque houve vários fenômenos climáticos que ocorreram ao mesmo tempo, mas o poder público não estava preparado. Achamos que a tecnologia resolve tudo e a gente vai se descuidando. A prevenção é uma coisa que não aparece politicamente e isso é uma grande falha dos nossos gestores”, afirmou ela. Adriana Rossetto destaca que o momento atual é de “correr atrás” por meio de ações paliativas que resolvam o caos provocado pelas enchentes e pelos deslizamentos de terra no Vale do Itajaí. Mas, segundo ela, um trabalho paralelo, com ações preventivas, também precisa ser pensado. Para Adriana, uma das medidas imediatas precisa ser o diagnóstico e o zoneamento sócio-ambientais, ou seja, uma radiografia da região que inclua a aptidão do solo após o período de temporais intensos. O objetivo, de acordo com a especialista, é definir quais os pontos são apropriados para a urbanização e para a instalação de lavouras, por exemplo. Segundo ela, a identificação de áreas onde poderão ser realocados os quase 33 mil desabrigados e desalojados também deve ser prioridade, uma vez que existem diversas regiões do Estado evacuadas e para as quais os moradores não poderão retornar.

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