sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Dilma diz que crise atual supera a de 29, mas que governo tem condições de agir

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse nesta quinta-feira que a atual crise financeira é bastante grave e que supera o "crash" de 1929. Dilma reiterou ainda que o governo vem tomando medidas pró-ativas para estimular o crédito e reduzir o custo de capital. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido em Brasília com empresários e ministros, e deve anunciar ainda nesta tarde um pacote de medidas fiscais, estimado em R$ 10 bilhões, para estimular a economia. "O governo tem capacidade de agir diante da crise, ao contrário de outras épocas. Temos condições de tomar uma série de medidas para impedir que a crise tenha efeitos mais profundos", afirmou a ministra, durante comemoração dos 90 anos da Farmanguinhos (Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz). Dilma ressaltou que o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre mostra que, ao contrário de outros países emergentes, a crise somente chegou ao Brasil no final de setembro. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB nacional teve uma expansão de 6,8% no terceiro trimestre deste ano ante idêntico período de 2007. A ministra afirmou que, "desta vez", o país não quebrou por ter reservas financeiras e não ter mais a divida interna fortemente indexada ao dólar. "O que acontecia antes? Íamos para o FMI, que exigia que parasse o investimento e o consumo. Hoje somos credores líquidos em dólar. E a dívida interna em relação ao PIB diminui quando a moeda americana se valoriza", disse ela. De acordo com o governo, o tamanho da dívida pública (R$ 1,088 trilhão) era o equivalente a 36,6% do PIB em outubro, o menor nível desde 1998. A valorização da moeda norte-americana tem impacto positivo na dívida líquida (diferença entre ativos e passivos do setor público). Segundo o Banco Central, uma alta de cerca de 10% no dólar, por exemplo, ajuda a reduzir a dívida pública em 1 ponto percentual, já que o governo possui mais ativos do que dívida em dólar. A ministra disse estimar que moeda americana se estabilize entre R$ 2 e R$ 2,50, mas não comentou prazos.

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