domingo, 7 de dezembro de 2008

Crise econômica mundial faz a Honda abandonar subitamente a Fórmula 1

A Honda, segunda maior montadora japonesa, anunciou subitamente, na sexta-feira, em Tóquio, que deixa a Fórmula 1 em conseqüência da crise econômica mundial. A saída da Honda praticamente determina a aposentadoria do piloto brasileiro Rubens Barrichello, além de brecar as pretensões de chegada à Fórmula 1 dos pilotos brasileiros Bruno Senna e Lucas Di Grassi. O anúncio da saída da Honda da Fórmula 1 foi feito pelo presidente da Honda Motor, Takeo Fukui. "Esta decisão difícil foi tomada em conseqüência da rápida queda da indústria automobilística, provocada pela crise norte-americana, com o estreitamento do crédito e a recessão das economias mundiais", explicou Fukui, visivelmente emocionado. Ele acrescentou que a empresa ainda não decidiu sobre a venda da escuderia e pediu desculpas aos pilotos, funcionários e torcedores da equipe Honda por esta retirada precipitada, que representa uma duro golpe para a principal categoria do automobilismo mundial. A Honda terminou a temporada 2008 na nona colocação no Mundial de Construtores, com apenas 14 pontos. A Honda também forneceu motores e assistência técnica à equipe escuderia Super Aguri, que deixou a Fórmula 1 em maio por dificuldades financeiras. A equipe japonesa estreou na F1 como construtora em 1964, no Grande Prêmio da Alemanha. Conseguiu a primeira vitória na Itália em 1967 e, um ano depois, deixou a categoria para que a marca concentrasse recursos no desenvolvimento de um veículo de turismo compacto. A Honda retornou à F1 como fornecedora de motores, de 1983 a 1992, e conseguiu muitas vitórias, principalmente com os brasileiros Nelson Piquet e Ayrton Senna, além do francês Alain Prost. A montadora japonesa retornou ao "circo" em 2000, associada à equipe anglo-americana BAR para a concepção de um carro equipado com motor Honda. A cooperação durou seis anos, até a criação da escuderia Honda Racing F1 Team, em 2006, coroada com uma vitória do britânico Jenson Button na Hungria no mesmo ano. A crise financeira e o crédito reduzido nos países desenvolvidos têm afetado fortemente a Fórmula 1. O GP da Austrália tem um déficit de 27 milhões de dólares. A França desistiu do Grande Prêmio de 2009, o que não ocorria desde 1955. O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, fez um alerta em outubro sobre a viabilidade econômica da Fórmula 1 e pediu às escuderias que apresentassem propostas para reduzir custos. O inglês Jenson Button já havia assinado com a Honda para a temporada de 2009 do Mundial de F-1 e, com o anúncio do fim da equipe, ficou a ver navios. A equipe Honda foi colocada à venda e ainda uma fraca possibilidade de a escuderia disputar a temporada de 2009. O inglês Bernie Ecclestone, principal dirigente da F-1, afirmou na sexta-feira que já existem vários interessados na compra da estrutura da Honda. "Eu acho que está tudo bem. Há um número de pessoas lá fora que se mostraram muito interessadas em entrar na F-1. O interesse vem de suas áreas. Na verdade, assim que coloco meu telefone no gancho, já tenho que atendê-lo novamente para conversar com alguém sobre o assunto", disse Ecclestone.

Nenhum comentário: