segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Claude Lévi-Strauss chega aos 100 anos lúcido e atual

O antropólogo Claude Lévi-Strauss, um dos intelectuais mais importantes do século 20, completou na sexta-feira a 100 anos de vida. Ele foi o pai do enfoque estruturalista, que influiu de maneira decisiva na filosofia, na sociologia, na história e na teoria literária. Apesar de sua longevidade e intensa atividade intelectual desde antes da 2ª Guerra Mundial, Claude Lévi-Strauss, membro da Academia da França desde 1973, goza de boa saúde e se mantém lúcido. Francês, nascido em Bruxelas (Bélgica) em 28 de novembro de 1908, Claude Levi-Strauss é filho de um judeu agnóstico de origem alsaciana que o educou em um ambiente artístico, embora tenha cursado Direito e Filosofia na Sorbonne de Paris. Ele lecionou como professor de Filosofia até receber um convite de Marcel Mauss, pai da etnologia francesa, para ingressar no recém-criado departamento de etnografia. Foi assim que despertou em Lévi-Strauss a curiosidade por um campo do conhecimento no qual desenvolveria uma brilhante carreira e que lhe concedeu um "lugar proeminente entre os pesquisadores do século 20". Sua nova vocação o levou a aceitar um posto como professor visitante na USP (Universidade São Paulo), de 1935 a 1939, estadia que lhe possibilitou realizar trabalhos de campo no Mato Grosso e na Amazônia. Ali teve estadias esporádicas entre os índios bororós, nambikwaras e tupis-kawahib, experiências que o orientaram definitivamente como profissional de antropologia. Após retornar à França, em 1942, mudou-se para os Estados Unidos como professor visitante na New School for Social Research, de Nova York, antes de uma breve passagem pela embaixada francesa em Washington como adido cultural. Novamente em Paris, foi nomeado diretor associado do Museu do Homem e se tornou depois diretor de estudos na École Pratique des Hautes Études, entre 1950 e 1974, trabalho que combinou com seu ensino de antropologia social no Collège de France, até sua aposentadoria em 1982, quando dirigia o Laboratório de Antropologia Social. Discípulo intelectual de Émile Durkheim e de Marcel Mauss, além de interessado pela obra de Karl Marx, pela psicanálise de Sigmund Freud, pela lingüística de Ferdinand Saussure e Roman Jakobson, pelo formalismo de Vladimir Propp etc., é ainda um apaixonado por música, geologia, botânica e astronomia.

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