domingo, 21 de dezembro de 2008

Banco Central prevê queda de 25% no investimento estrangeiro em 2009

Os investimentos estrangeiros no setor produtivo do Brasil devem cair 25% em 2009 em relação ao resultado esperado para este ano, segundo previsões divulgadas na sexta-feira pelo Banco Central. A previsão para 2008 é de uma entrada de US$ 40 bilhões. Até novembro, já entraram no País o equivalente a US$ 36,9 bilhões. O resultado surpreendeu o Banco Central, que previa antes um resultado positivo de US$ 35 bilhões. Para o próximo ano, a previsão caiu de US$ 33 bilhões para US$ 30 bilhões. Se confirmado, o resultado ficará 25% abaixo do projetado para este ano. Os investimentos estrangeiros em ações e títulos públicos devem terminar esse ano em US$ 5,5 bilhões (o Banco Central chegou a prever US$ 22 bilhões antes da crise). Até novembro, o País registra uma entrada de US$ 6,8 bilhões. Para 2009, o Banco Central mudou a previsão de uma entrada de US$ 15 bilhões para uma saída de US$ 3 bilhões. Isso significa que os estrangeiros vão tirar mais dinheiro desses investimentos em dezembro e no próximo ano. Apesar da saída de dinheiro dos investidores estrangeiros, o BC prevê que a crise vá melhorar as contas externas do Brasil, devido principalmente à redução das remessas de lucros das multinacionais para fora do País. Em 2008, as remessas de lucros e dividendos devem ficar em US$ 33,7 bilhões (já foram enviados US$ 30,7 bilhões até novembro). No próximo ano, devem cair para US$ 20 bilhões. Antes da crise o BC previa uma remessa de US$ 30 bilhões em 2009. Outro fator que afeta as contas externas são as exportações brasileiras, que devem cair de US$ 200 bilhões neste ano para US$ 193 bilhões em 2009, segundo o Banco Central. Já as importações devem subir de US$ 176,5 bilhões para US$ 179 bilhões. Com isso, o superávit na balança comercial (diferença entre exportações e importações), deve cair de US$ 23,5 bilhões para US$ 14 bilhões. Esses dois resultados são os principais componentes das transações correntes, que registram as transações do país com o exterior e servem como uma medida da vulnerabilidade externa do país. Nesse ano, o país deve registrar um resultado negativo de US$ 29,6 bilhões, o primeiro déficit desde 2002. Até novembro, o resultado já está negativo em US$ 25,8 bilhões.

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