quarta-feira, 5 de novembro de 2008

FGV aponta que mais de 50% dos brasileiros não têm saneamento

Mais da metade da população brasileira ainda não tem acesso a saneamento básico no Brasil, conforme revelou a pesquisa Saneamento, Saúde e o Bolso do Consumidor, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceira com o Instituto Trata Brasil, divulgada nesta terça-feira. Segundo o levantamento, o déficit de acesso ao serviço era de 50,56% no ano passado. De acordo com o coordenador da pesquisa e chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri, o País trata apenas um terço do esgoto coletado. Entretanto, Néri chamou atenção para a redução do déficit no acesso à coleta e tratamento de esgoto no País em 2007, qualificada por ele como um "salto". De acordo com o levantamento, o indicador caiu de 53,23%, em 2006, para 50,56%, em 2007, o menor nível da série. Foi a maior variação anual da série, de 5,02%. A média anual de redução no déficit era de 1,31% entre os anos de 1992 e de 2006. Para o pesquisador da FGV, o resultado está longe do ideal, mas ele reconhece que o salto do ano passado não foi identificado em nenhum outro momento da série histórica. Ele atribuiu a aceleração em direção à universalização do saneamento básico aos investimentos públicos e privados feitos no setor desde 2003, citando o aumento na aplicação dos recursos desde a implantação do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), do governo Lula. Segundo a pesquisa, no ritmo de redução do déficit de acesso ao serviço entre 1992 e 2006, seriam necessários 56 anos para diminuir pela metade o déficit do saneamento básico no Brasil. Entretanto, o levantamento aponta que se a redução do déficit ocorrer na média verificada de 2007, o tempo necessário cai para 25 anos. O Estado líder no acesso ao saneamento no País é São Paulo, com um déficit de 14,44%. Em seguida, aparecem o Distrito Federal, com 19,83%, e Minas Gerais, com 25,1%.