quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Apreensão de papéis sigilosos da Abin agrava tensão com a Polícia Federal

Entre os documentos apreendidos pela Polícia Federal para o inquérito que apura o vazamento da Operação Satiagraha estão informações estratégicas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Alguns desses dados são utilizados em relatórios confidenciais destinados à Presidência da República. Há dados operacionais sobre temas sensíveis de interesse político, militar e econômico. Os arquivos também contêm nomes de informantes e funcionários de inteligência, inclusive adidos estrangeiros que cooperam com a agência. Entre o material apreendido há dados sobre exploração mineral no País, controle de fronteiras, espionagem internacional e contra-espionagem, além de trabalhos voltados ao monitoramento de movimentos sociais e terrorismo. Na Abin, o clima é de irritação com a ação da Polícia Federal, considerada despropositada. Também há tensão pelo eventual vazamento dos dados, que poderia colocar em risco a vida de funcionários infiltrados ou o sucesso de operações em curso. Caso ocorra o vazamento, os agentes de inteligência ameaçam revidar. Ou seja, vazariam também informações sigilosas de agentes da Polícia Federal, mesmo sem autorização da cúpula. Também causou indignação entre os agentes da Abin a revelação pela imprensa do nome de vários funcionários do serviço secreto. Alguns tiveram até o endereço revelado. Na semana passada, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão no Centro de Operações da Superintendência da Abin, no Rio de Janeiro, e nas residências de Thelio Braun D'Azevedo, diretor de operações da Coordenação de Inteligência Estratégica, e Luiz Eduardo Melo, funcionário da Receita Federal cedido à Abin.