segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Siderúrgicas param pelo menos 20% dos fornos em Minas Gerais

Pelo menos 20% dos altos-fornos de siderúrgicas de ferro-gusa de Minas Gerais já foram desligados em conseqüência da crise mundial. Siderúrgicas instaladas no Pará também estão parando as atividades e dando férias coletivas aos funcionários por falta de encomendas dos Estados Unidos. O ferro-gusa é matéria-prima na produção do aço. O Estado de Minas Gerais responde por mais de 60% da produção nacional. O Brasil é o principal exportador de ferro-gusa do mundo e tem os Estados Unidos como o principal mercado. O país consome cerca de 70% das exportações brasileiras. Há reflexos da crise também no mercado asiático. Segundo Paulino Cícero, presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro de Minas Gerais, metade da produção mineira de ferro-gusa é exportada. A crise no setor começou com a queda dos preços do produto em 21,7%. Em julho, a tonelada do ferro-gusa estava cotada a US$ 830,00 e hoje não passa de US$ 650,00. "Muitas empresas mantêm os fornos abafados, aguardando eventualmente a recuperação do mercado comprador", disse Cícero. Segundo avaliação feita pelo sindicato, 20 altos-fornos foram desligados desde o início de setembro em Minas Gerais. As 11 siderúrgicas instaladas no distrito industrial de Marabá, no Pará, também acusaram o efeito da crise. A Usimar e a Sidenorte estão em processo de paralisação de seus altos-fornos, enquanto as demais reduziram a produção.