segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Os “russos” elegem petista Jairo Jorge em Canoas

O petista Jairo Jorge conseguiu se eleger prefeito de Canoas, cidade da Grande Porto Alegre, e governará o maior orçamento do Estado do Rio Grande do Sul. Ele obteve 98.736 votos, equivalentes a 52,63% do eleitorado canoense, enquanto seu adversário, Jurandir Maciel (PTB), obteve 88.851 votos, equivalentes a 47,37% do eleitorado da cidade. A vitória aconteceu por uma diferença de 9.885 votos. A eleição na cidade teve uma abstenção de 36.626 eleitores, ou 15,37% do eleitorado. Os votos brancos forma 6.815 e os nulos atingiram 7.194. A soma de tudo dá 50.635 votos, o que daria amplamente para mudar o resultado da eleição, caso todos os eleitores tivessem comparecido. Apesar do monumental apoio que obteve dos petistas encarapitados mais ao alto no poder federal lulista, como de Tarso Genro (ministro da Justiça) e de Dilma Rousseff (ministra chefe da Casa Civil), Jairo Jorge não pode se jactar de uma vitória fácil. Aliás, foi muito fraca, diante da monumental máquina eleitoral que se arregimentou ao lado dele. Mais do que isso, ele ganhou contra um candidato que foi “cristianizado” durante a campanha. Ele ganhou apertado quando em torno de sua candidatura tinham se alinhado todos os caciques da política gaúcha, antecipando uma grande aliança para a eleição de 2010. Mas, como na Copa do Mundo de 1958, quando o técnico Feola mandou no vestiário que Garrincha driblasse toda a defesa soviética e fizesse o gol, ao que Garrincha perguntou se ele já tinha combinado tudo com os russos, a população canoense acabou fazendo papel de “russa”, configurando um resultado que já estava deliberado antes mesmo da partida começar. Até o candidato derrotado, Jurandir Maciel, acabou fazendo parte do papel desse jogo, ao se dirigir ao comitê do petista Jairo Jorge para cumprimentá-lo. Quase foi linchado. Saiu de lá a muito custo. O petista Jairo Jorge, que bateu pesado em uma administração acusada de enormes corrupções, terá agora que apontar essas corrupções todas ao assumir o poder, e precisará andar muito na linha no seu governo, porque ele será fiscalizado e investigado em cada passo da sua administração. E, para começar, serão observados milimetricamente todos os seus passos na licitação do lixo da cidade.