domingo, 26 de outubro de 2008

Oposição argentina critica estatização da previdência privada

A segunda força parlamentar da Argentina anunciou na sexta-feira que votará contra o projeto do governo argentino para repassar ao Estado os fundos de aposentadoria privada, enquanto legisladores governistas pedem mudanças à iniciativa. O setor empresarial qualificou a intenção do Executivo de anular o sistema implantado em 1994 como um "golpe na propriedade privada". O projeto apresentado na última terça-feira no Parlamento começará a ser debatido na terça-feira em comissões da Câmara dos Deputados, onde o peronismo, governante, é maioria e fixou um prazo de três semanas para conseguir sua aprovação. No entanto, legisladores governistas colocaram emendas à iniciativa, principalmente pela falta de detalhes sobre o destino que será dado aos recursos que passarão das AFJP (Administradoras de Fundos de Aposentadorias e Pensões) ao Estado. A Anses (Administração Nacional de Seguridade Social) esclareceu que "ninguém poderá tocar" nos recursos das dez AFJP, controladas majoritariamente por bancos e seguradoras de capitais europeus, norte-americanos e argentinos, quando passarem a esse organismo público. Os fundos da aposentadoria privada, cujos ativos somam US$ 30 bilhões entre bônus públicos e privados, ações e depósitos a prazo, "serão apenas administrados" pela Anses, que terá autonomia econômica, "o que reivindica sempre a oposição", acrescentou. Porém, depois de manifestar coincidências com a iniciativa do governo, a opositora UCR (União Cívica Radical), segunda força parlamentar da Argentina, anunciou que votará contra tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.