sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O terrorismo de policiais civis e a boca de urna (de Reinaldo Azevedo)

No dia 24 de setembro, escrevi o que segue sobre a greve de policiais civis de São Paulo (podem consultar no arquivo): Se defendo que funcionário público não pode fazer greve, imaginem o funcionário público armado, que é o caso dos policiais. Aí é coisa próxima do banditismo. Em São Paulo, há uma minoria de policiais em greve. O grupo passou agora a ser orientado por duas centrais sindicais: a CUT, que todos sabem ser um braço do PT, e a Força Sindical, comandada pelo grande moralista Paulo Pereira da Silva, deputado federal (PDT-SP) e aliado do PT. É um dos grandes propagandistas da candidatura de Marta Suplicy à Prefeitura. Isso é um modus operandi, é um método. Os jornais e sites trazem as reivindicações dos grevistas e o que oferece o governo. Avalio que, ainda que a greve fosse moralmente defensável, só se mantém por razões políticas. A proposta do governo é boa. O movimento só resiste — anda que minoritário — porque, ao se ligar à CUT e à Força Sindical, assume características político-eleitorais. Policial que faz greve, queira ou não, é aliado objetivo de bandido. E só o faz porque, por via das dúvidas, tem o trabuco na mão, à diferença do homem comum. Assim, entre duas categorias armadas — o crime e a polícia —, quem se dana é a população. Tenham vergonha, senhores policiais, e voltem ao trabalho. Ou mudem de profissão. Pois acreditem: hoje, um grupo de policiais civis, sob a orientação das duas centrais sindicais que apóiam a candidatura de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo, tentaram invadir o Palácio dos Bandeirantes. Foram contidos pela tropa de choque da Polícia Militar. Atenção! Os grevistas estavam armados e com uniformes de unidades da Polícia Civil E usaram carros da corporação em sua mobilização. Houve uma primeira tentativa de contê-los com uma barreira de soldados desarmados. Não adiantou. Eles avançaram. Só pararam diante da tropa de choque e das bombas de efeito moral. No apoio aos baderneiros, carros do GOE e da Garra, tudo pago com o seu dinheiro. Uma vergonha! Um esculacho! Enquanto os valentões enfrentavam a PM diante das câmeras de TV, os bandidos se divertiam. Afinal, eles encontraram um aliado de peso. Tem de demitir e prender. Agora, não depois. As câmeras de televisão trazem as imagens dos arruaceiros de uniforme. O governo José Serra precisa demitir um por um e, na verdade, processá-los, de acordo com a lei. E, se for o caso, prendê-los. Gente que usa o aparelho do estado para pôr em risco a segurança de terceiros, como fazem esses caras, está cometendo um crime. É claro que se trata de uma greve influenciada pela questão política. É preciso limpar a Polícia Civil. Já. Não depois. Custe o que custar. Se preciso, apele-se até à ajuda federal — enquanto durar a depuração. Quem se arma contra outra força armada do estado é bandido, não policial. Que fique claro! O que estamos vendo em São Paulo é antecipação de 2010. O que temos aí é a prática corriqueira do PT, de seus braços operativos, como a CUT, e de seus novos aliados, como a Força Sindical. Na eleição presidencial, se o PT tiver um candidato viável, tudo via transcorrer dentro da normalidade. Se não tiver, tentarão transformar São Paulo em praça de guerra. Denuncie! Reaja! Diga não! Trata-se de uma questão cívica. Quem usa greve da polícia para fazer política não se distingue de bandidos. O que eles querem? Chantagear a sociedade. Ou impõem a sua vontade, ou ameaça com a baderna generalizada.