sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Juiz dos Estados Unidos congela ativos de fundos de pensão da Argentina

Um juiz dos Estados Unidos ordenou o congelamento de mais de 553 milhões de dólares em investimentos dos Estados Unidos nas mãos de fundos de pensão argentinos que o governo de Cristina Kirchner pretende nacionalizar. O juiz Thomas Griesa, da corte distrital de Manhattan, deferiu na quarta-feira a demanda de detentores de bônus para congelar os ativos. Griesa pediu a representantes da Argentina que compareçam à corte em 6 de novembro. Barry Ostrager é o advogado que representa o detentor de títulos, Aurelius Capital Partners. A Aurelius e outros obrigacionistas pediram o congelamento de 553.989.217 dólares em ativos detidos pelos fundos de pensão argentinos. Na quarta-feira, os fundos de pensão da Argentina disseram ter recebido ordens do governo para vender ativos estrangeiros, injetando 500 milhões de dólares no mercado da moeda norte-americana nos próximos dias, com o objetivo de dar suporte ao enfraquecido peso argentino. A ordem ocorre no momento em que parlamentares discutem um projeto encaminhado pela presidente Cristina Kirchner para a nacionalização dos fundos de aposentadoria privada, que detinham o equivalente a 25 bilhões de dólares em 15 de outubro. A maior parte dos investimentos externos do fundo se concentra no mercado do vizinho Brasil. Na Argentina, uma autoridade disse que os investimentos não pertencem ao governo, mas aos administradores de pensões e aposentadorias, conhecidos como AFJP. "São eles que devem defender esses ativos", disse Sergio Chodos, gerente geral da Superintendência de Administradores de Fundos de Aposentadoria Pensão, um órgão de supervisão do governo. O governo já ordenou a fundos de pensão privados que repatriem 500 milhões de dólares em ativos brasileiros, e disse que outro 1,4 bilhão de dólares em ativos externos nos Estados Unidos e em outros locais seriam trazidos para casa em algum momento. Em declarações à corte, o advogado Ostrager disse que o governo argentino planeja tomar os fundos por conta própria, o que autoriza os tribunais norte-americanos a confiscar seus ativos em nome de querelantes que tenham saído vencedores em julgamentos contra o Estado argentino.