segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Guido Mantega afirma: “Nossa geração nunca viu crise tão profunda”

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou no sábado, em discurso no Comitê Monetário e Financeiro Internacional, do FMI, "a situação crítica" a que foi levada a economia mundial. "A nossa geração nunca viu uma crise tão profunda. Especulação intensa nos mercados financeiros, falta de uma regulação e supervisão adequadas e mecanismos deficientes de resolução de crises em países importantes levaram ao que parece ser a pior débâcle financeira desde a Segunda Guerra Mundial", disse Guido Mantega. Ele citou Franklin Delano Roosevelt, 32º presidente dos Estados Unidos: "Estamos todos sofrendo as conseqüências do individualismo selvagem”. O ministro apontou que os Estados Unidos e a Europa estão no centro da tempestade financeira e lembrou que o FMI costumava tomar os sistemas financeiros dos países avançados como base para formular as chamadas ''best practices'' para gerenciamento financeiro. Por isso, ponderou, "uma vez estancada a hemorragia e ultrapassada a fase mais aguda da crise, caberá corrigir os erros do passado". "Espero que a crença infundada de que os mercados podem ser basicamente deixados a si mesmos seja enterrada por um longo período", afirmou. Em seguida, o ministro Mantega recorreu ao economista John Kenneth Galbraith: "Para todos os efeitos práticos, deve-se presumir que a memória financeira dure, no máximo, 20 anos”.