quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fundos "hedge" perderam US$ 28 bilhões com ações da Volkswagen

Fundos "hedge" perderam US$ 28 bilhões em dois dias em meio a uma corrida às ações da Volkswagen, que fez com que a montadora alemã se tornasse temporariamente a empresa mais valiosa do mundo. As ações da Volkswagen subiram 348% entre segunda e terça-feira, depois da revelação de que apenas em torno de 5% das ações da empresa estavam disponíveis para venda no mercado. No domingo, a Porsche anunciou que tem contratos que a permitem controlar mais de 74% das ações da Volkswagen. Outros 20% pertencem ao Estado alemão da Baixa Saxônia. A corrida às ações foi causada por fundos que haviam se utilizado da estratégia conhecida como "short-selling". Com essa prática, eles tomaram ações emprestadas e venderam os títulos no mercado com o objetivo de comprar os papéis de volta quando os preços caíssem para então retorná-los ao dono original e ficar com a diferença. No caso da Volkswagen, muitos fundos "hedge" fizeram apostas de que o valor da ação ia despencar, como em geral tem acontecido com ações de empresas de automóveis. Mas a maioria não contava com o anúncio da Porsche. Com esse anúncio, os fundos foram forçados a comprar as ações a qualquer preço para poder devolver com o menor prejuízo possível. O que dificultou a vida dos fundos "hedge", e os deixou revoltados, é que entre 10% e 15% das ações da Volkswagen estavam emprestadas para serem vendidas por "short-selling" e apenas 5% estavam realmente disponíveis no mercado. Isso significa que é provável que muitos fundos tenham vendido ações tomadas emprestadas da própria Porsche, para vender ao mercado, recomprar e depois devolver para a própria Porsche.