segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Brizola será declarado anistiado político nesta segunda-feira

O falecido ex-governador Leonel Brizola, duas vezes candidato a presidente da República, será declarado nesta segunda-feira oficialmente anistiado político em sessão da Comissão de Anistia. O pedido foi protocolado, em Brasília, por Marília Guilhermina Martins Pinheiro, companheira de Brizola, que viveu com ele uma união estável de 11 anos. Guilhermina quer ainda que os 15 anos que Brizola viveu no exílio sejam contados como tempo de serviço para efeitos previdenciários. Guilhermina recebe, pelo menos, duas pensões como companheira de Brizola. Uma delas, da Câmara dos Deputados, é equivalente a 70% do valor a que teria direito de fato. Com a provável aprovação da contagem de tempo, ela poderá reivindicar o valor integral. O período no exílio contará como se Brizola tivesse trabalhado regularmente. Ela provou no processo da comissão ser dependente do falecido governador, anexando cópia do Diário Oficial na qual aparece como sua pensionista. Em 2004, Guilhermina passou a receber pensão de R$ 6.300,00 do governo do Estado do Rio. O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, afirmou que a comissão vai aprovar a anistia post-mortem de Brizola. É absolutamente lastimável o que fazem com a memória e a vida da pessoa depois de morta. Brizola não precisava desta declaração de anistia. Ele já tinha sido anistiado em 1979. Sua anistia total se completou no dia 7 de setembro de 1979, na Granja de João Vicente, em São Borja, dia em que chegou do exílio, em uma avioneta que veio do Paraguai. Esta anistia programada pelo governo do PT e, infelizmente, por sua última companheira, é um acinte. Por acaso essa senhora já não viveria bem com R$ 6.300,00 por mês? Ainda precisava submeter a memória de Brizola a este vexame?