quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Polícia do Rio de Janeiro ocupa o Complexo do Alemão para resgatar corpos de traficante

Um policial civil ficou ferido durante a megaoperação policial com 800 agentes para resgatar corpos de traficantes que teriam sido mortos na segunda-feira, em uma guerra interna de uma facção criminosa. Entre os mortos estaria o primeiro na lista de procurados pela polícia do Rio de Janeiro, seus dois irmãos e mais cinco aliados. Pelo menos cinco corpos foram encontrados na favela. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) trocaram tiros com bandidos e dois homens não identificados morreram. Policiais da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos estouraram um paiol com munições, armas e drogas na Favela da Grota. O local era usado pelo tráfico para manutenção de armas. Na chegada da polícia ao local, criminosos soltaram fogos. Uma bomba de fabricação caseira também foi lançada contra os policiais. O traficante Tota teria sido morto por ordem do traficante Fernandinho Beira-Mar, como apontam setores de inteligência da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança. Eles teriam sofrido uma emboscada na Rua Joaquim de Queiroz, acesso à Favela da Grota, em Ramos. A execução teria sido uma represália dos principais chefes da facção criminosa de Tota, como Beira-Mar e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP (que chegou a ser apontado como o mandante do suposto assassinato de Tota), que estão presos em penitenciárias federais em Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS). O motivo seria o seqüestro de três operários chineses e do vice-cônsul do Vietnã, Vu Thanh Nam, ocorrido na Estrada das Paineiras, em agosto. Segundo as investigações, a quadrilha de Tota errou ao praticar o crime, pois a ordem era seqüestrar turistas estrangeiros que pudessem ser usados como moeda de troca, para exigir o retorno dos chefes da facção para presídios do Rio de Janeiro. Além disso, o bando teria perdido em operações policiais grande quantidade de drogas e armas. Os serviços de inteligência das polícias Civil e Militar citam ainda como causa da morte de Tota a execução de uma mulher que era querida entre os chefes de sua facção criminosa, mas que Tota acreditaria ser uma traidora. Tota também teria, de acordo com a polícia, dado uma surra num traficante conhecido como Mike, da Vila Cruzeiro, e não estava aceitando passar o comando do tráfico no Complexo do Alemão para Luciano Pezão (acusado de ter assassinado Tota). Tal comportamento, ainda de acordo com investigações da polícia, estavam desagradando à facção criminosa, que mandou executá-lo. O Rio de Janeiro é muito pior do que Bagdá. Tem muito mais mortes.