quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Paulo Lacerda e senador do DEM discutem sobre grampos durante depoimento em comissão

O diretor afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), delegado federal Paulo Lacerda, e o presidente da Comissão Mista de Controle de Inteligência do Congresso, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), travaram um debate acirrado nesta quarta-feira sobre a existência de grampos contra autoridades no País. Lacerda defendeu a Abin das acusações de que seria responsável por gravações ilegais de conversas telefônicas e foi prontamente rebatido pelo senador Heráclito. "A cada momento surgem novos nomes de autoridades que teriam sido monitoradas, grampeadas. Digam quantas foram as pessoas, cadê as provas, as gravações, quem confirmou que foi grampeado? Só temos um caso, do ministro Gilmar Mendes com o senador Demóstenes Torres, mas ali, a despeito de toda gravidade, não existe nada que possa provar envolvimento da Abin", questionou Lacerda. Heráclito reagiu e disse que ele próprio foi grampeado: "Eu fui grampeado em duas situações, o delegado Protógenes Queiroz vazou. Havia uma conversa minha com o ministro Jobim, e outra entre um funcionário de uma empresa que me citou", disse o senador. "Não vamos querer tapar o sol com a peneira. Houve grampo de maneira exagerada no País. Me causa espécie que vossa senhoria não tenha tomado conhecimento pelo menos desses que foram reproduzidos pela imprensa", rebateu Heráclito.