segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O peremptório ministro Tarso Genro corre para afastar qualquer suspeita de si mesmo

O ministro da Justiça, Tarso Genro, agiu rápido para afastar de sua pasta qualquer suspeita sobre a responsabilidade pelo grampo ilegal feito nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. Peremptório, Tarso Genro não só lembrou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é subordinada ao gabinete da Segurança Institucional, do Palácio do Planalto, como pôs a Polícia Federal à disposição de todas as autoridades para apurar os fatos. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, que é sempre ponderado e costumava tratar o assunto grampo com certo menosprezo, resolveu agora mudar o tom: "De início, eu não me preocupei demasiadamente, porque atribuí os fatos a um açodamento no curso de investigações criminais. Agora essa preocupação se tornou mais séria, porque percebi que aquela clandestinidade de escutas telefônicas sinaliza total descontrole por parte dos próprios escalões superiores de órgãos como a Polícia Federal e a Abin. No caso, ao que parece, nem a própria Abin tem explicações convincentes para episódios como esse da interceptação telefônica do presidente do Supremo Tribunal Federal. A minha preocupação é tanto maior quando se sabe que a Abin não é polícia judiciária e, portanto, não pode fazer investigação criminal. Sendo assim, nem por ordem judicial ela poderia interceptar comunicações telefônicas".