terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ministro do Supremo nega habeas corpus e mantém candidata Carminha Jerominho presa no Rio de Janeiro

O ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu nesta segunda-feira o habeas corpus apresentado por Carminha Jerominho (PT do B), candidata a vereadora no Rio de Janeiro, que está presa. Ela é acusada de participar da milícia "Liga da Justiça" que atua em comunidades carentes da cidade. Carminha é filha do vereador Jerônimo Guimarães (PMDB), o Jerominho, e sobrinha do deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido), ambos presos sob acusação de chefiar a Liga da Justiça. A prisão foi decretada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro e mantida pelo Tribunal Superior Eleitoral. No recurso apresentado ao Supremo, a defesa de Carminha argumenta que ela nunca foi investigada, apesar de as investigações da polícia terem começado em dezembro de 2006, e mesmo assim foi presa. Para a defesa, a única justificativa para prender a candidata é o fato dela ser filha de Jerominho e sobrinha de Natalino. Ao julgar o recurso, o ministro entendeu que não é caso de conceder liminar e determinou que o processo seja enviado para manifestação do Ministério Público Federal. De acordo com o Ministério Público Eleitoral, Carminha Jerominho e o irmão Luciano Guenancio, foragido da Justiça, assumiram o comando da quadrilha após a prisão de Jerominho e Natalino. Em investigação feita nos últimos 90 dias, a Polícia Federal afirma ter comprovado que Carminha usava da estrutura da milícia em sua campanha e que moradores que se negavam a fazer campanha pela candidata foram hostilizados, expulsos e vítimas de atentados. As investigações também constataram que os milicianos aumentaram o preço do gás vendido em comunidades da zona oeste para gerar recursos para a campanha de Carminha.