terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mangabeira Unger diz que Exército não deve fazer papel de polícia

O ministro de Assuntos Estratégicos (Sealopra), Mangabeira Unger, rejeitou nesta terça-feira o "desvirtuamento" das Forças Armadas em ações relacionadas à segurança pública. Para ele, "as Forças Armadas não são uma linha auxiliar da polícia". "De todos os países grandes, o Brasil é o menos beligerante. Nesta situação feliz em que nos encontramos, enfrentamos um risco de desviar o foco das Forças Armadas da defesa para o combate ao ilícito. Força Armada não é para o ilícito, existe para defender o País", disse ele. O ministro esteve reunido na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro, com oficiais das três Forças. Ele discutiu com os militares a Estratégia Nacional de Defesa que será apresentada ao presidente Lula no próximo dia 7 de setembro. Mangabeira avaliou que a pouca participação do Brasil em guerras pode levar a uma "perda de foco". O ministro assinalou que as operações em garantia da lei e da ordem fazem parte da missão constitucional das Forças, mas que a questão precisa ser regulamentada de maneira mais clara para evitar "confusão política". Mangabeira voltou a defender um serviço social obrigatório para mulheres e homens que não fossem selecionados para o serviço militar. "Quem não prestasse o serviço militar obrigatório, homens e mulheres, prestaria o serviço social, de preferência em uma região do País diferente da que se originasse. E receberia treinamento militar rudimentar para compor uma força de reserva mobilizável em circunstâncias de necessidade", reafirmou ele.