domingo, 28 de setembro de 2008

Estados Unidos punem Bolívia por falta de cooperação no combate às drogas

Os Estados Unidos iniciaram na última quinta-feira o processo para suspender os benefícios tarifários à Bolívia por sua falta de cooperação contra o tráfico de drogas. Esse programa, conhecido como Lei de Preferências Tarifárias Andinas e Erradicação de Drogas, permite a entrada de grande parte dos produtos bolivianos no maior mercado do mundo sem o pagamento de impostos alfandegários. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou a medida em uma declaração enviada à representante de Comércio Exterior norte-americana, Susan Schwab. "As ações recentes da administração de Evo Morales em relação à cooperação no combate contra os narcóticos não são as de um aliado, e não cumprem as normas deste programa", disse Susan Schwab em comunicado. Segundo o governo do presidente cocaleiro trotskista Evo Morales, mais de cem mil empregos bolivianos dependem dessas preferências tarifárias, das quais também desfrutam Peru, Colômbia e Equador. O fim do programa e a alta das taxas alfandegárias não será imediato. Após a publicação de um aviso no diário oficial dos Estados Unidos, será aberto um período de comentários públicos de 30 dias e, posteriormente, haverá uma audiência pública, cuja data ainda não foi determinada. Só então o presidente poderá suspender o programa, o que não requer a autorização do Congresso. A medida ocorre no pior momento entre os dois países em sua história. Em 10 de setembro, o cocaleiro trotskista Morales expulsou o embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, acusando-o de encorajar a oposição contra seu governo. Os Estados Unidos responderam com a ordem de saída do representante da Bolívia perante a Casa Branca, Gustavo Guzmán.